Um avanço surpreendente veio da última negociação realizada com a Fenaban, dia 31/8, que abrangeu o bloco denominado de “cláusulas novas”. Foi o fato de a Fenaban, também de forma inédita, ter aceitado debater a abrangência do Contrato Coletivo de Trabalho para todos os trabalhadores do Sistema Financeiro. Os banqueiros fizeram a ressalva de que não podem negociar sem mandato das financeiras e outras empresas, mas admitiram que é inevitável “um dia fazer acordo para todo o ramo financeiro”.
Tarifas e juros – Os bancários querem uma política de isenção total de tarifas e de cobrança de juros diferenciada para seus funcionários. Os banqueiros afirmam que isso deve ser negociado banco a banco. Empresas como Bradesco, Itaú e Real já atenderam à reivindicação com relação às tarifas. Os trabalhadores consideram um contrasenso cobrar serviços executados por eles mesmos.
Com os juros a questão é parecida. Entre janeiro de 2003 e julho de 2007, a queda da taxa básica de juros, a Selic, não foi acompanhada por uma queda equivalente dos juros nas operações de crédito. Como conseqüência, o spread (a diferença entre o que os bancos pagam para quem aplica dinheiro e quanto eles cobram para quem pega emprestado) manteve-se alto. No período, a Selic caiu quase 55% (de 25,5% para 11,5%), mas as operações de crédito caíram apenas 33,76% (de 54,2% para 35,9%). Ou seja, os bancos têm condições de emprestar para os bancários por juros muitas vezes mais baixos e, ainda assim, sair ganhando muito.