Criação da Contraf-CUT já traz avanços para terceirizados

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Pela primeira vez na história, uma empresa terceirizada que presta serviço para bancos negociou com o movimento sindical bancário e atendeu reivindicações de caráter nacional. A criação da Contraf-CUT este ano, que nasceu para representar todos os trabalhadores do sistema financeiro, criou o ambiente ideal para que a Fidelity, antiga Proservvi, cedesse em vários pontos que nunca foram atendidos para os funcionários que estão à margem da Convenção Coletiva dos Bancários.

“Com a segmentação promovida pelos bancos nos anos 90, a categoria bancária foi pulverizada, passando de 1 milhão de trabalhadores para 400 mil. Com isso, vieram as terceirizações que tiraram direitos e rebaixaram salários. Hoje vivemos um momento histórico. Esta negociação com a Fidelity mostra que a Contraf-CUT está no caminho certo para buscar o Contrato Nacional e unificar os direitos de todos que prestam serviço para bancos”, afirmou Vagner Freitas, presidente da Contraf-CUT

Além da criação da Confederação, Vagner cita a unidade dos bancários e a pressão dos sindicatos e dos trabalhadores como fatores que permitiram os avanços nas negociações com a Fidelity. Segundo Vagner, a Contraf-CUT, em conjunto com os sindicatos, vai marcar reuniões com outras empresas que prestam o mesmo tipo de serviço. “Queremos o enqua-dramento sindical e vamos promover vários Dias de Luta focados nessas empresas”, destacou.

As negociações – um dos principais avanços foi a extensão do ticket refeição para todos os empregados do País. Outra conquista foi o livre acesso dos sindicatos nos locais de trabalho. A Fidelity só ressalva que as reuniões sejam agendadas previamente. “Ainda não conquistamos o enquadra-mento sindical destes empregados, que é uma das nossas principais reivindicações. Mas garantimos que estes funcionários possam se associar aos Sindicatos de Bancários, com desconto efetuado em folha de pagamento. Deixamos claro para a empresa que queremos o enquadramento sindical, que é nosso ponto de honra. O trabalho efetuado pelos trabalhadores é estritamente bancário”, explica Sérgio Siqueira, diretor da Contraf.

A Fidelity também se comprometeu a regularizar o vale transporte. Outra reivindicação importante que ainda não foi garantida é a unificação dos pisos. O diretor de RH da empresa, Flávio Airosa, disse que as questões salariais, o PCS e o treinamento de pessoal estão sendo estudados com urgência pela diretoria da Fidelity. Nova rodada de negociação ficou marcada para o dia 27/9.