Crise mundial traz sofrimentos e oportunidades

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A crise econômica mundial acarreta enormes transtornos e sofrimentos na vida de muitos milhões de pessoas. A ONU avalia que destruirá 50 milhões de postos de trabalho em todo o planeta. Mas, crises dessa magnitude servem também para condenar ao lixo da história as teorias e as práticas que a provocaram. A crise econômica atual – a maior que o mundo sofre desde a de 1929, desmascarou as teorias e receitas neoliberais. No Fórum Econômico de Davos, realizado no final de janeiro reunindo a nata dos banqueiros e especuladores financeiros do mundo teve clima de velório. Agora eles sabem que suas atividades especulativas não mais serão protegidas pelo segredo e pela falta absoluta de regulamentação como foram nas últimas décadas, desde que o governo britânico da “virgem de ferro” – Margareth Tatcher, iniciou a onda neoliberal, imitada pelos agentes deles de todo o mundo, inclusive aqui no Brasil pelo PSDB.


Uma crise muito menor do que essa, que surgiu na Rússia em 1998 e 1999, quebrou o Brasil de Fernando Henrique Cardoso. Sem reservas, desindustrializado e sem crescimento econômico, o frágil Brasil dos tucanos e demos quebrou e teve que ser recolhido pela UTI do Fundo Monetário Internacional.


Agora, mesmo diante de uma crise imensamente mais séria, mais ampla e mais profunda, o Brasil é um dos poucos países importantes – ao lado da China e da Índia, que continuará a crescer, ainda que em ritmo menor que os 6% obtidos em 2008.


Lula comanda o País com maestria, firmeza e acerto. Quando a oposição propõe cortes nos salários e nos gastos públicos, Lula faz exatamente o contrário. Dá novo aumento real para o Salário Mínimo e Amplia os investimentos públicos. Além de garantir meio bilhão de Reais para as obras do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), o governo federal lança o maior plano de construção de casas populares da história do País para construção de um milhão de residências para famílias de baixa renda.


Na indústria calçadista os curtumes perdem muitas exportações, mas isso ajuda a indústria de artefatos e de calçados, que cresceu em 2008 e começou 2009 a todo vapor, nossa indústria retoma competitividade tanto no mercado interno como no mercado externo. Algumas empresas brasileiras – como a Aracruz e a Sadia, que tiraram dinheiro de sua atividade produtiva para especular com a supervalorização do Real, quebraram a cara e amargam prejuízos. É claro que já aparecem oportunistas, que alardeando a crise querem reduzir salários e direitos trabalhistas e os assustados que, em cima de cenários futuros fantásticos, querem reduzir a folha de pagamento.


Como diz o presidente Lula: “encaremos a crise econômica mundial com otimismo, como uma oportunidade para o País crescer ainda mais”.

José Carlos Guedes – presidente da CNTV (Confederação Nacional dos Trabalhadores no Vestuário, filiada à CUT)