A Central Única dos Trabalhadores reafirma sua posição diante da crise financeira que assola a economia internacional e que começa a se refletir sobre as economias de países de quase todo o mundo. Além de recusar o convite feito pela Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP) para uma reunião com as centrais sindicais para negociar propostas de flexibilização, a CUT organiza uma grande mobilização nacional intitulada “Os trabalhadores e trabalhadoras não pagarão pela crise!”
Para dar início à campanha, a CUT realiza na segunda-feira, dia 19/1, uma reunião com suas entidades para discutir ações de enfrentamento e traçar um cronograma de mobilizações a serem realizadas em todo o País. Participarão da reunião as CUTs estaduais, entidades nacionais por ramo de atividade econômica e principais sindicatos que representam trabalhadores que vem sendo mais prejudicados pela crise, como metalúrgicos, bancários e construção civil.
Essa mobilização nacional incluirá manifestações de rua, passeatas, protestos diante de empresas – como as que já vêm sendo feitas no início deste ano, a exemplo das mobilizações na GM São José dos Campos, TRW em Diadema e Vale do Rio Doce em Itabira – e também greves em diferentes setores. Serão feitos também materiais de divulgação que explicitem as propostas da CUT e desmascarem o caráter natural e inevitável com que o empresariado e parte da mídia querem confundir a opinião pública.
“A CUT não medirá esforços para impedir que a crise incida sobre a classe trabalhadora e cobrará do Governo ações rápidas e efetivas para que o momento deixe de ser de insegurança e passe a ser de reaquecimento econômico, com retomada da produtividade e do consumo, o que significa manutenção e ampliação de vagas no mercado de trabalho”, afirma Artur Henrique, presidente nacional da CUT.
Para a CUT, a solução para o enfretamento à crise e aos efeitos que ela tem causado sobre importantes setores da economia brasileira é a geração de emprego e renda, diferente do cenário de demissões, redução de salários e flexibilização de direitos que alguns empresários e políticos neoliberais tentam construir, camuflando como ‘medidas de combate à crise’ o que na verdade são formas de aumentar lucros, além de ser mais uma tentativa de golpe para impedir o crescimento e desenvolvimento de nosso País. “Propostas como a de redução da jornada de trabalho com redução de salários são inaceitáveis. Isso não quer dizer que somos contra negociação, mas sim, que somos contra a negociação sem luta”, ressalta Artur.
“É inadmissível que os trabalhadores e trabalhadoras paguem pela crise”, destaca Quintino Severo, secretário-geral nacional da CUT. “Portanto, medidas urgentes devem ser tomadas pelo Estado para que a crise não recaia sobre a classe trabalhadora e o processo de crescimento e desenvolvimento do País não seja interrompido”, reitera.