O professor lembrou o caso do menino João Hélio, arrastado por cerca de 7km durante um assalto no Rio de Janeiro. “Esse momento de insegurança nos leva a refletir sobre a ‘cultura do medo’. O dado preocupante é que essa cultura está nos levando à criação de uma geração que se acostuma com o medo, gerando um aparthaid social”, alertou. Segundo ele, precisamos criar um amplo movimento na sociedade para trabalhar uma maior tolerância com as diferenças sociais e assim, diminuir o fosso social que estamos vivendo na atualidade.
César Barreira enfatizou ainda a banalização da violência, principalmente pela overdose de divulgação pela imprensa. “Eles divulgam tanto que banaliza os fatos, as pessoas passam a ver a criminalidade como algo natural e a simples divulgação como um ato punitivo, o que não está certo”, disse. Ele lembrou ainda a tolerância com os crimes de pistolagem no inte-rior do País: “como se houvesse a necessidade de ter justiceiros que ‘cumpririam’ a lei e puni-riam os culpados”.
Ao final, o professor concluiu essa cultura da criminalidade explica-se em parte pela descrença da população na ação do Estado para punir o crime. “É preciso que se respeite o Estado de Direito, que remete ao direito do cidadão”.