Demissões e greve marcaram o ano de 1990

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Em maio de 1990, com a volta das taxas de inflação, os salários já congelados entram num arrocho ainda maior. O Comando Nacional dos Bancários reúne-se em São Paulo e decide pela deflagração de uma greve geral para o mês de junho e pela unificação da luta com outras categorias.

Os bancos privados arrancaram 20%, de antecipação salarial, com a greve e o BEC, além dos 20%, conquistou o PCS e o reajuste do auxílio-alimentação. Enquanto isso, demissões foram anunciadas na Caixa (1.772 funcionários); no BNB (130); o BB ameaçou demitir sindicalistas e o BEC anunciou o fechamento de agências.

Em junho, começaram as demissões no BNB e CEF, colocando para o Sindicato dos Bancários uma grande tarefa, a de ajuizar ações na Justiça do Trabalho pela reintegração dos demitidos e desenvolver uma luta de massa pela volta dos bancários aos seus postos de trabalho.

No dia 12/9/1990, no Encontro Nacional dos Bancários, a categoria decide pela greve, reivindicando uma reposição salarial de 288%. No entanto, somente os bancos privados aderiram ao movimento.

A greve dos bancos privados durou 14 dias e conquista 219% sobre os pisos de março/90, derrubando o Plano Collor, que permitia reajustes limitados a 100%. Conseqüentemente, os bancos públicos foram fechando acordos semelhantes. O BNB garantiu ainda o compromisso de implantação do Quadro Único de Carreira igual ao do BB. Como os bancários estatais acumularam perdas salariais não repostas, em novembro veio a campanha emergencial que arrancou 25% de antecipação salarial.