Denúncias ajudam SEEB/CE a combater assédio moral contra bancários

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Humilhação, medo e sofrimento. Esses são alguns sentimentos que várias pessoas vivenciam todos os dias no ambiente de trabalho. É o assédio moral, uma violência silenciosa e por isso, difícil de ser identificada. O assédio moral no trabalho é a exposição de trabalhadores a situações humilhantes de forma repetitiva e constante por seus superiores. As consequências dessa violência se manifestam através de danos a saúde física e mental do trabalhador.


Eugênio da Silva, diretor da Secretaria de Saúde do Sindicato dos Bancários do Ceará, avalia a principal causa do assédio moral no meio bancário. Segundo o diretor, houve uma reestruturação do trabalho, que estimulou a adoção de metas abusivas, gerando um ambiente competitivo nos bancos. “As metas abusivas geram concorrência entre os próprios funcionários e uma cobrança excessiva dos gerentes, que por sua vez são cobrados pelos seus gestores (é um efeito dominó), aí se dá a prática do assédio moral”.


A competitividade e a cobrança instauram no ambiente de trabalho um pacto de silêncio coletivo, em que o trabalhador assediado passa a ser discriminado também por seus colegas que temem ser alvo da violência do chefe. O pacto de silêncio dificulta as denúncias e banaliza o assédio moral. O assediado evita fazer a denúncia por temer perder o emprego.


Eugênio Silva diz que alguns bancos preparam armadilhas para os funcionários e relata um caso em que um bancário do Santander denunciou o assédio para um núcleo interno do banco e poucos dias depois foi demitido. “O que o bancário deve fazer é denunciar para o Sindicato dos Bancários, para a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE/CE) e/ou para a Procuradoria Regional do Trabalho (PRT)”, aconselha o diretor.


COMBATE – O SEEB/CE está atento para as práticas de assédio contra os bancários. Visando combater o assédio moral nos bancos, o Sindicato possui a FTI (Força Tarefa Investigativa), mecanismo que busca identificar a prática do assédio na categoria bancária. Após o bancário realizar a denúncia do assédio moral, os diretores do Sindicato visitam a unidade do banco alvo da denúncia, aplicam um questionário em todos os funcionários para identificar o assédio, tabulam os dados e geram um relatório. É através desses dados científicos que o Sindicato pode se dirigir à direção do banco para exigir as devidas ações para eliminar a prática do assédio.


A vítima de assédio moral pode tomar algumas atitudes que irão contribuir para a denúncia, como anotar data, local, hora, nome do agressor e testemunhas, evitar conversar sozinha com o agressor e buscar a organização dos colegas para combater o assédio moral.


É muito importante que a categoria se una para combater esse tipo de violência. Qualquer um está sujeito a ser assediado. O assédio moral é uma violência silenciosa, por isso deve-se ficar atento para as atitudes autoritárias e os excessos do patronato. As ações de combate do Sindicato dependem das denúncias dos bancários, por isso é importante que haja mobilização de toda a categoria. Se você ou algum colega sofre assédio moral no ambiente de trabalho, denuncie para o Sindicato e busque seus direitos.

ALGUNS SINTOMAS DO ASSÉDIO MORAL NA SAÚDE

• Crises de choro

• Dores generalizadas

• Depressão

• Insônia

• Alcoolismo
Fonte: Barreto, M. Uma jornada de humilhações. 2000 PUC/SP

SERVIÇO:

Secretaria de Saúde SEEB/CE – Telefone: (85) 3252.4266

Para saber mais sobre assédio moral, acesse o site:

http://www.assediomoral.org/