Desenvolvimento do Nordeste depende do investimento em educação

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O que nós queremos e que buscamos é o crescimento do Nordeste, mas que esse crescimento traga resultados para todos. Foi com esse pensamento que o presidente interino do Sindicato dos Bancários do Ceará fez a abertura do debate “Desenvolvimento Regional e Globalização”, que teve como palestrante a economista e professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Tânia Bacelar.


O evento, em parceria com a Escola de Formação de Governantes, reuniu no auditório da Assembléia Legislativa, além de bancários, representantes de vários segmentos da sociedade.


A economista Tânia Bacelar falou das heranças que acentuaram as desigualdades sociais dentro do próprio Nordeste, como a ocupação litorânea mais intensa que favoreceu o desenvolvimento nas capitais, em detrimento do Interior da região. Ela falou ainda que o Nordeste não era prioridade para as políticas públicas do País, o que gerou um acentuado abismo entre o desenvolvimento da região em comparação com as demais regiões brasileiras. “O Norte e o Nordeste apresentam os menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH), um hiato educacional e um desenvolvimento econômico aquém das outras regiões, especialmente se comparado ao Sul e Sudeste”, disse.


No entanto, a economista afirmou que o quadro atual mostra-se favorável e os números sociais do Nordeste têm apresentado um considerável aumento. “O governo Lula tem primado por um desenvolvimento mais estável. E com os investimentos sociais, os programas de transferências de renda como o Bolsa Família, tem gerado para as classes mais pobres (D e E) um aumento importante no acesso ao consumo e na melhoria das condições de vida. Muitas das pessoas que antes pertenciam a essas classes, hoje já se encontram classificadas na classe C, que é a que mais tem crescido no País”, analisa.


Para Tânia, o próximo passo para gerar um desenvolvimento sustentável do Nordeste é investir em qualificação da mão-de-obra. “Daqui a pouco virá gente de fora para ocupar as vagas que estão surgindo no Nordeste”. E conclui: “Não há solução única. É preciso buscar múltiplas atividades econômicas e investir em tudo, principalmente em educação. Além disso, é preciso oferecer apoio a inovação, pesquisa, saúde básica. É importante aproveitarmos essa onda de crescimento do Nordeste”.