Dez mil empregos a menos em 10 meses nos bancos brasileiros

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Os bancos estão efetivamente se preparando para profundas transformações no sistema financeiro, seguindo modelo mundial de ser mais digital e mais desumano. A aceleração do número de demissões nos bancos se comprovou na última pesquisa do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego). De janeiro a outubro de 2016, os bancos brasileiros fecharam 10.009 postos de trabalho no País.


Esse número supera o total de postos de trabalho bancário fechados em 2015 (9.886) e representa um aumento de 58,4% em relação ao número de postos fechados no mesmo período em 2015, quando foram extintos 6.319 postos. Os bancos trocam seus empregados que tem mais tempo de casa, os mais velhos, por jovens que têm mais familiaridade com os avanços da tecnologia. Deixaram de investir na formação das pessoas e preferem buscar no mercado quem já venha atualizado para o emprego. Ao mesmo tempo reduzem despesas, pois os mais velhos acumulam maiores salários.


O movimento sindical não é contra a tecnologia, ao contrário. É contra os abusos e a exclusão que o mal uso da tecnologia pode trazer para os trabalhadores. Por essa razão, na Convenção Coletiva de Trabalho 2016/2018 foi conquistada a criação de um grupo de trabalho bipartite para discussão de critérios para a constituição de centros de requalificação e de realocação de empregados, com o objetivo de proteger trabalhadores ameaçados pelas rápidas mudanças no mundo do trabalho.


A análise por Setor de Atividade Econômica revela que os Bancos Múltiplos com carteira comercial, como Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander fecharam 7.302 postos de trabalho (78,9% do total de postos fechados). A Caixa Econômica Federal foi responsável pelo corte de 1.992 postos de trabalho (21,5%).


Motivos dos Desligamentos – Do total dos desligamentos ocorridos nos bancos, 62% foram sem justa causa, totalizando 16.966 desligamentos. No momento do desligamento observou-se, praticamente, a mesma diferença na remuneração entre homens e mulheres. Os desligamentos se concentraram nas faixas etárias superiores a 25 anos e, especialmente, na de 50 a 64 anos.