Diagnóstico de câncer de mama cresce 3,1% ao ano

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Nos últimos 30 anos, os casos diagnosticados de câncer de mama no mundo cresceram a uma taxa anual média de 3,1%. Ou seja, o número de diagnósticos subiu de 640 mil em 1980 para mais de 1,5 milhão no ano passado, informa um novo relatório internacional, o World Breast Cancer Report 2012.


O aumento impressionante tem vários fatores, afirma o relatório, coordenado por Peter Boyle, do Instituto Internacional de Pesquisa da Prevenção (sediado em Lyon, na França). O primeiro é uma irônica “democratização” dos tumores de mama. Décadas atrás, a doença era majoritariamente diagnosticada em mulheres de países ricos, que dispunham de estrutura para rastrear o problema e de uma população com idade média mais elevada – um dos fatores de risco para o aparecimento da doença.


Agora, no entanto, o aumento da expectativa de vida em quase todos os países emergentes e pobres, bem como o aparecimento de programas de saúde pública (como o incentivo às mamografias no Brasil), fez com a detecção do problema desse um salto planeta afora.


Outro fator importante, segundo os pesquisadores, é a mudança de hábitos reprodutivos, também global – mulheres que demoram mais para engravidar correm, em média, risco maior de desenvolverem tumores mamários.


Estima-se que 60 mil novos casos de câncer de mama sejam detectados no mundo no ano que vem. A boa notícia é que, enquanto o número de casos diagnosticados aumenta, a mortalidade tem caído, a uma média anual de 0,6%. Em relação à incidência, o Brasil ocupa uma posição intermediária entre os países latino-americanos, diz o relatório. São entre 60 e 80 casos por 100 mil habitantes, dependendo da região do País.


O País da região com pior colocação é a Argentina (85 casos por 100 mil habitantes). Já Peru, Equador, Costa Rica e Colômbia têm a menor incidência: entre 30 e 47 casos por 100 mil habitantes. Na América Latina, a mortalidade só não está em queda entre mulheres acima de 50 anos no Brasil e em Cuba.