Dieese debate conjuntura econômica com dirigentes sindicais cearenses

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O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Escritório Regional do Ceará (DIEESE/ERCE) realizou no dia 16/4, evento para discutir o cenário político e econômico brasileiro. O encontro contou com a participação de dirigentes sindicais de várias categorias profissionais e objetivou preparar os Sindicatos para futuras negociações coletivas. Participaram 15 entidades e quatro centrais sindicais.


O encontro sobre análise de conjuntura aconteceu na sede do Sindicato dos Bancários do Ceará (SEEB/CE) e contou com a apresentação do coordenador da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) Ediran Teixeira e da socióloga e técnica responsável pela subseção do Dieese na Federação dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal, Rosilene Cruz.


Tradicionalmente no mês de abril, o Escritório Regional do Ceará realiza o evento como forma de preparar as categorias para as suas rodadas de negociações a partir de maio, data base de várias categorias profissionais. Temas como o crescimento econômico, inflação e negociação coletiva, e discussões propositivas para o movimento sindical da classe trabalhadora foram algumas das pautas.


Pela análise de conjuntura feita pelo Dieese, na década de 90 grande parte dos reajustes foram iguais ou abaixo da inflação. Nos últimos dez anos, os trabalhadores têm conseguido negociar os salários acima da inflação. As negociações têm sido tão proveitosas que no último ano de 2012, 94% de todas as negociações que o Diesse acompanhou foram fechados acordos acima da inflação, ou seja, com ganho real.


Segundo o economista Ediran Teixeira, “neste momento estamos vivendo um ambiente inflacionário, onde a inflação vinculada aos alimentos tem atrapalhado a vida dos trabalhadores. Isto porque tem esse outro componente que não tinha. No entanto, não temos uma inflação galopante, não temos preocupação que essa inflação seja uma coisa perversa. Está controlada, mas temos um fator que pressiona os alimentos, que  é a produção. Agora temos um componente inflacionário momentâneo que traz uma dificuldade para o trabalhador.  Porque quando se negociava ganho real era com inflação baixa. Mas com inflação crescente, criar-se maior dificuldade de negociar ganho real. Já que a tendência do patrão é repetir o índice do ano anterior”.


“O olhar agora é para que os sindicatos centrem fogo em buscar melhores espaços na recuperação do poder de compra na questão da alimentação, como tíquete e cestas alimentação. No Ceará, a inflação tem sido maior que a inflação nacional – o acumulado nos últimos 12 meses foi de 9,24% no Ceará e de 6,20% no Brasil. Temos um Estado de renda baixa, inflação maior que do País e isso reflete mais negativamente no bolso do trabalhador”, concluiu Ediran.