DIEESE debate conjuntura econômica com sindicalistas

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Os impactos da inflação nas negociações das campanhas salariais foram temas de um debate promovido pelo DIEESE Ceará na última quinta-feira, 21/8, no Sindicato dos Bancários do Ceará. O debate contou com a presença de mais de 100 sindicalistas e traçou estratégias de negociações dentro do atual contexto da economia brasileira. O evento foi uma iniciativa das Centrais Sindicais e realizada pelo DIEESE nacional e está acontecendo em todo o Brasil.


Como palestrantes convidados, o economista do DIEESE, Sérgio Mendonça, e o supervisor técnico do Departamento no Ceará, Reginaldo Aguiar, mostraram a discussão nacional sobre a volta da inflação e como isso não deve servir para mudar as estratégias das negociações salariais, deste segundo semestre.


Segundo o economista Sergio Mendonça, o diagnóstico de que sofre a inflação é que não existe inflação de demanda. O que existe é um choque de preços externos, que afetam todo o mundo, inclusive o Brasil, ligados à alta do petróleo e dos alimentos. Ele afirmou que não há explosão de preços internos e a demanda não está super aquecida, o País continua crescendo e aumentando a sua produtividade. “A inflação não está fora de controle e por isso não há justificativa para mudanças na condução das negociações salariais dentro dessa realidade”, completou.


Ele ressaltou que é importante os sindicalistas se prepararem para as negociações, mas conhecendo a realidade, especialmente que a inflação vem de fora pra dentro do País, ou seja, que os trabalhadores e sindicatos não se intimidem, pois a remuneração média do trabalhador não pressiona a inflação. “Para negociar com os patrões, devemos compreender esse perfil do mercado, pois poderemos embasar nossos argumentos e fazer nossas reivindicações”, disse o economista.


Finalmente disse, a inflação atual é composta por 60% pelos preços dos alimentos, ficando o restante, 40%, para os demais produtos. Segundo Sérgio Mendonça, o Brasil precisa ter uma política de formação de estoques, de preços mínimos, de abastecimento alimentar. Recomendou, por fim, que os sindicalistas, nas negociações, valorizem os pisos e os abonos fixos, além dos tíquetes de alimentação e cesta básica.