Doenças cardiovasculares são as que mais matam no mundo

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Não seria mórbido iniciar a abordagem da temática “doenças cardiovasculares” associando-a aos índices de mortalidade em todo o mundo, já que a enfermidade é a principal causa de óbito no planeta. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2004, que levantou informações em 193 países, revelaram que os ataques cardíacos foram responsáveis por 12% das vítimas fatais daquele ano, seguidos por acidente vascular cerebral, com 9,7%.


No Brasil, os números não são diferentes. As doenças cardiovasculares também têm a frente em todas as estatísticas de causas de morte no País, porém há uma evidente queda dessa liderança nos últimos anos. De acordo com um estudo organizado por pesquisadores do Rio de Janeiro, em que tiveram acesso a dados oficiais do Governo Federal de 1980 a 2003, as taxas de mortalidade pela doença decresceram de 287,3 para 161,9 por 10 mil habitantes, com uma diminuição média anual de 3,9%. Os pesquisadores atribuíram as modificações ao aumento dos índices de desenvolvimento social no Brasil, mas alertaram que a diminuição foi especialmente marcada nas regiões mais desenvolvidas.


Para o cardiologista Glauber Gean de Vasconcelos, houve uma visível melhora no atendimento do sistema público de saúde no ramo nos últimos anos. As deficiências, no entanto, ainda são muitas. “A dificuldade financeira ainda impede o acesso a remédios caros que não são fornecidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde)”, explica. O médico, por exemplo, trabalha desde 2001 na única unidade de saúde do Estado com atendimento especializado na doença, o Hospital de Messejana, que realiza desde a simples consulta médica até o complexo transplante cardíaco.


Segundo o médico, além do fator estrutura, outros dois contribuem para o grande número de mortes causadas por doenças cardiovasculares: a falta de diagnóstico e de prevenção. “O que agrava a situação é que as doenças cardiovasculares são assintomáticas. Além disso, para evitar problemas futuros, não basta só tomar remédios, é preciso fazer exames regulares e dieta. O problema é que a maioria dos pacientes nos procura em um estágio já avançado da doença”, afirma.


O estilo de vida também pode levar muitas pessoas a desenvolverem a doença. De acordo com o cardiologista, indivíduos obesos, sedentários, fumantes e alcoólatras possuem um risco bem maior de apresentarem a enfermidade posteriormente. E recomenda-se aos diabéticos controlar o nível de açúcar no sangue, seja através da perda de peso ou de atividade física regular, já que eles possuem uma enorme tendência a terem problemas cardiovasculares.


No entanto, é outro fator diretamente relacionado às exigências do mundo contemporâneo que preocupa os cardiologistas atualmente: o stress. “Existe uma elevação progressiva de casos de enfarto ligados ao assunto”, ressalta Glauber Gean, que recomenda a todos realizarem exames preventivos a partir de 35 anos, e aos com histórico de casos na família, a partir dos 30 anos.

Saiba mais sobre as doenças cardiovasculares

O QUE SÃO?

As doenças cardiovasculares são todas as doenças do coração e sistema sanguíneo (artérias, veias e vasos capilares). Geralmente, são provocadas pela acumulação, durante anos, de gordura na parede dos vasos sanguíneos.

TIPOS DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES

• As mais frequentes são o enfarte do miocárdio, angina de peito, acidente vascular cerebral, hipertensão arterial e aterosclerose.


• A cardiopatia isquêmica inclui as doenças cardíacas desencadeadas pela acumulação de gordura nas paredes de vasos e artérias provocando estreitamento, dificuldade ou obstrução ao sangue de passar.


• A aterosclerose atinge artérias de grande e médio calibre e é desencadeada pela acumulação de gordura, cálcio e outras substâncias nas paredes internas das artérias. A aterosclerose provoca acidentes vasculares cerebrais e doenças nas artérias coronárias.

Fonte: site www.conhecersaude.com