É preciso prevenção

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Uma das temáticas mais importantes para o Sindicato e para a organização nacional dos bancários, inclua-se Comando Nacional, Contraf e CUT, tem sido o tema relacionado à segurança bancária e como a forma de organização de segurança bancária, seja ela pública ou privada, interfere na vida dos trabalhadores bancários, vigilantes e da população.


A partir dessa compreensão, desse diagnóstico, percebemos que o investimento da segurança privada dos bancos na proteção à vida e às condições de acesso, a manutenção do espaço concedido para a instituição financeira atuar economicamente (é o setor que mais lucra neste País), não tem tido o devido retorno na proteção do povo, seja nas ações de grande impacto, nos casos dos grandes assaltos, seja no combate as quadrilhas que tem atacado na prática da saidinha bancária.


Uma mesa temática de negociação sobre segurança entre a Contraf-CUT, sindicatos e Fenaban, onde temos contratado alguns avanços, obriga os bancos tomarem atitude como fornecer estatística, registro do Boletins de Ocorrências e a assistência médica ou psicológica às vitimas dos ataques. Recentemente, a negociação apresentou avanço, onde os bancos se comprometeram a aumentar as câmaras de vigilância nas agências.


Além da pauta que avançou, temos outra que é repensar a segurança bancária. O movimento sindical bancário, através da Contraf-CUT, criou um Projeto de Segurança Bancária, como proposta de legislação municipal, que está sendo discutido a partir das capitais dos estados. Esse projeto de lei municipal proposto pelos bancários coloca as prerrogativas para funcionamento das agências, como a colocação de portas giratórias, detectores de metais, fachadas blindadas, detectores de metais já no autoatendimento, a questão do aumento de vigilantes, o monitoramento online das câmaras de segurança, monitoramento externos e internos dos bancos, a questão do retardo, cofre e tesoureiro eletrônico. Uma série de contribuições que aumentam a proteção à vida.


Em Fortaleza, esse projeto está sendo apresentado à Câmara Municipal, agregando valor também na discussão na colocação dos biombos, das divisórias nos caixas, garantindo mais privacidade, para que o usuário, o cliente, não seja vítima do crime organizado.


Com relação à segurança pública, além da questão legislativa, tem a função executiva, de um olhar para a segurança bancária que seja menos patronal e mais voltada para a população. Que se veja a atuação do crime organizado como um processo além do crime comum, como o processo de formação de quadrilhas, o processo de apuração mais completo, mais ostensivo, a utilização de tráfico de armas, de tráfico de explosivos, do sitiamento das cidades, os sequestros, extorções, organizados com monitamento por parte do crime, vigilância, investigação das pessoas.


É necessário que o Estado dê uma resposta à altura da população e essa resposta tem que ser com inteligência. Em 2011, já tivemos 15 assassinatos em todo o País, decorrentes de ataques a bancos. Esse número assusta, pois são cerca de três mortes por mês, em ataques a bancos. É preciso que a área de inteligência faça esse combate, esse enfrentamento. Temos que melhor proteger a vida, debelando a ação anterior aos ataques. É preciso prevenção.

Carlos Eduardo Bezerra, presidente do SEEB/CE