Edição de junho marca quatro anos da revista

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Trabalho decente, democracia participativa, respeito aos movimentos sociais, crescimento sustentável e com distribuição de renda em meio a uma pauta de mais de duas centenas de reivindicações para ser entregue aos postulantes à sucessão de Lula. Foi esse o teor do documento que selou a manifestação do dia 1º de junho no Pacaembu, em São Paulo, organizada por cinco das seis centrais sindicais do País. A imagem do estádio é justamente a capa da Revista do Brasil de junho, mês em que a publicação completa quatro anos.


Criadas num ambiente historicamente marcado por divergências e divisões, as diferentes vertentes do sindicalismo brasileiro alcançaram durante os dois mandatos de Lula uma aproximação inédita em torno de pontos comuns, como a valorização do salário mínimo e a redução do imposto de renda da classe média assalariada. A edição mostra um balanço de indicadores econômicos e sociais das eras FHC e Lula, que deve influenciar a intervenção das centrais no período eleitoral que se inicia.


Textos de Vitor Nuzzi e Flávio Aguiar analisam as ações do Banco Central brasileiro voltadas a conter o crescimento econômico, enquanto na Europa os países novamente recorrem aos cofres públicos – e aos direitos sociais da população – para tentar conter a crise provocada pelo cassino do capitalismo desregrado que derruba como num efeito dominó, com ponto de partida na Grécia, as economias do velho continente. E em tempos de Copa do Mundo, Aguiar abre também parênteses para mostrar que a bactéria da segregação racial ainda não está morta na África do Sul.


A edição traz relatos do repórter João Peres, que visitou o presídio de Urso Branco, em Rondônia, em processo de reabilitação para funcionar como instrumento de recuperação das pessoas ali aprisionadas. E a reportagem de Vania Alves contando como a especulação imobiliária avança sobre uma tradicional festa popular de Cabo de Santo Agostinho (PE). Pernambuco, que é a terra natal de Alceu Valença, um dos mais importantes, inventivos e inquietos artistas da MPB, que tem sua paixão pela cultura nordestina e sua recém-concluída empreitada no mundo do cinema entre os destaques do mês.


Maurício Thuswohl faz um passeio pelo revigorado Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Mouzar Benedito lembra sua primeira Copa do Mundo e Renato Pompeu mostra o que as gerações de Paulo Henrique Ganso, Didi e Pelé têm que a de Dunga não tem.