A Contraf-CUT e demais entidades sindicais participaram na segunda-feira, dia 7/6, de mais uma rodada da Mesa Temática de Terceirização com a Fenaban, em São Paulo. A reunião deu continuidade aos debates sobre o tema, iniciados no dia 26/4.
Os negociadores da Fenaban informaram que os bancos responderam negativamente à proposta apresentada pelos trabalhadores de discutir a reversão das terceirizações em áreas onde já foram conseguidos acordos nesse sentido com alguns bancos. Entre as áreas citadas pelos bancários, estão tele-atendimento, financiamento de automóveis, telefonia, call center ativo e receptivo e cartão de crédito. Também foi frisado o Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com a Caixa Econômica Federal, que envolve a retaguarda, digitação e tecnologia.
Os bancos alegaram ser impossível uniformizar essas questões, uma vez que cada empresa possui procedimentos e estratégias próprias. Porém, durante os debates na mesa temática, as partes definiram uma nova proposta.
A Fenaban se comprometeu a procurar novamente os bancos para socializar os debates e acordos já feitos e avaliar quais os entraves específicos para cada empresa. Além disso, também buscarão avaliar com cada banco se há outras áreas em que a terceirização poderia ser revertida. A partir do resultado desta consulta, Contraf-CUT e Fenaban determinarão as atividades que serão alvo de debate específico.
O movimento sindical bancário se comprometeu a definir as áreas prioritárias para os trabalhadores para iniciar os debates mais aprofundados. A Contraf-CUT irá convocar reunião com data indicativa ainda para esta semana para aprofundar internamente o debate.
“Apesar de aparentemente não termos avançado em questões objetivas, o fato de estarmos estabelecendo métodos para debater pontualmente processos ou etapas terceirizadas do trabalho bancário junto com a Fenaban representa um possibilidade real de construirmos propostas que contemplem os interesses dos trabalhadores terceirizados, hoje totalmente a margem da categoria”, avalia Miguel Pereira, secretário de Organização da Contraf-CUT.
“Esse combate à terceirização é importante por dois pontos: primeiro, o trabalhador terceirizado é totalmente marginalizado, contratado geralmente com condições de trabalho e direitos precários. Segundo, enquanto o banco contrata terceirizados, que é bem mais barato que contratar bancários, também está precarizando o atendimento à população e o trabalho bancário, já que o terceirizado muitas vezes faz trabalho de bancário sem estar preparado para isso e sem ganhar devidamente pelo que faz”, avalia o presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo Bezerra.
A próxima reunião de negociação não ficou previamente agendada, uma vez que os representantes da Fenaban solicitaram tempo para refazer o debate junto aos bancos e ter as possibilidades para o novo encontro. A data da nova reunião deverá ser confirmada no prazo de 15 dias.