EMPREGADOS BUSCAM AFASTAR A GDP DA PROMOÇÃO POR MERECIMENTO

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A Comissão Paritária composta por representantes da Caixa Econômica Federal e dos empregados se reunirá em Brasília nesta semana com o objetivo de definir os critérios da Promoção por Mérito ano-base 2019. A discussão não avançou nas últimas reuniões, pois a representação da Caixa Econômica Federal, que havia apresentado a proposta de aplicar o resultado da Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP) para definir os empregados que receberiam os deltas, rejeitou a contraproposta apresentada pela representação dos empregados, que previa a aplicação de critérios objetivos para o acesso aos deltas.


Caso a proposta da Caixa fosse aplicada, em alguns segmentos cerca de 30% dos empregados ficariam sem delta. Cada delta representa aproximadamente 2,34% de aumento no salário-padrão.


PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS – A Promoção por Merecimento, forma de progressão no Plano de Cargos e Salários (PCS) – junto com a Promoção por Antiguidade, que é aplicada no aniversário de dois anos do contrato de trabalho – deixou de ser aplicada em 1996. Após 1998, a situação agravou-se, pois os empregados admitidos a partir desta data foram enquadrados em um novo PCS que, na carreira administrativa, possuía apenas 15 referências, com um piso e um teto que, atualizados pelos índices de reajuste alcançados nas campanhas salariais, são de R$ 2.949 e R$ 3.788 respectivamente (valores atuais). Em 2008, os empregados conquistaram a unificação dos PCS de quem foi admitido antes e depois de 1998, ampliando o teto e restabelecendo as promoções por merecimento. O novo PCS, atualmente em vigência, conta com 48 referências, sendo a inicial (201) R$ 2.955 e a última (248) R$ 8.633, diferença de R$ 5.678 entre a referência final e a inicial. Considerando a concessão de um delta merecimento a cada ano e o delta por antiguidade a cada dois anos, o empregado pode alcançar o topo do novo PCS após 32 anos trabalhados na Caixa.


GDP – A GDP foi anunciada pela Caixa em 2013 e começou a ser implementada em 2014, iniciando com as chefias de unidade. À época, a direção da Caixa dizia que a GDP serviria para buscar o desenvolvimento dos empregados e reconhecer o resultado em ações de reconhecimento, como as ligadas ao PRV, e que ela não seria utilizada em outros processos. O que ocorre hoje é o oposto: a GDP é usada, por exemplo, como justificativa para o descomissionamento, como critério para processos seletivos, para o Bônus Caixa e para o desempate da concessão de bolsas de incentivo à escolaridade.