A Comissão Executiva de Empregados (CEE/Caixa) representou o Comando Nacional dos Bancários e a Contraf-CUT em reunião com a direção do banco em mais uma rodada da mesa permanente de negociação, na terça-feira (22/10), em Brasília.
A reunião foi iniciada com o debate sobre o pagamento das horas extras a todos os empregados convocados a prestarem o serviço dos saques do FGTS fora da jornada normal de trabalho. Também foi denunciada pela CEE/Caixa a irregularidade de os empregados convocados para os saques estarem fazendo outros serviços não combinados. A CEE/Caixa cobrou ainda uma posição do banco a respeito do ofício da Contraf/CUT, com pedido em favor da manutenção da gestão centralizada do FGTS pela Caixa.
CAIXA 100% PÚBLICA – Em defesa do caráter social da Caixa, as entidades representativas denunciaram o fatiamento do banco, como ocorreu com a venda da Lotex, entregando para a iniciativa privada setores como loterias, cartões, seguridade e gestão de ativos de terceiros, justamente as partes mais rentáveis. O processo de reestruturação também foi alvo de denúncias, pois resulta retirada de direitos, de trabalhadores nas unidades, o que gera sobrecarga de trabalho e adoe-cimento. As entidades representativas voltaram a cobrar a imediata contratação de mais empregados. Em resposta, o banco esclareceu depender de autorização formal do governo federal e disponibilidade orçamentária, não havendo até o momento, condições adequadas de ocorrer nenhuma dessas exigências.
SAÚDE CAIXA – Os empregados cobraram também mais transparência na apresentação dos números do plano, para que os usuários possam discutir medidas que garantam a sustentabilidade e o caráter solidário. Também foi reivindicado o fim da Gestão por Desempenho de Pessoas (GDP), do descomissionamento arbitrário, do Revalida, do assédio moral e uma política de recursos humanos humanizada.
FUNCEF – Um dos itens reivindicados foi a paridade no equacionamento do REG/Replan não-saldado e a incorporação do REB pelo Novo Plano, uma revisão da atual política de investimento e um debate sério sobre as dívidas trabalhistas, com a Caixa assumindo responsabilidade exclusiva pelo contencioso. O GT Funcef permanece parado, o que gerou protestos da CEE/Caixa.
ITENS PENDENTES – A negociação foi pautada ainda por debates sobre a promoção por mérito, a reversão dos reflexos da Greve Geral de 2019, a comunicação sobre o impedimento de tesoureiros executivos atenderem ao público e a manutenção do compromisso de avisar aos sindicatos ao mesmo tempo que as Superintendências Regionais sobre o fechamento e a abertura de agências. Em relação à promoção por mérito, a representação dos empregados reivindicou que a proposta colocada em mesa garanta um delta a todos os empregados, com base em critérios objetivos.
“Os empregados deixaram claro que a defesa do papel público, social e forte da Caixa é a nossa prioridade. Por isso, foi realizado um protesto formal contra esse desmonte, cujo propósito é enfraquecer e diminuir a atuação do banco público”
Marcos Saraiva, diretor do Sindicato e da Fenae