Empregados devem se lembrar de como eram tratados na era tucana

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Os empregados da Caixa Econômica Federal também amargaram um período duro durante a era FHC. O banco sofreu com uma redução drástica do quadro funcional no período de 1995 a 2002.


Em 1995, o número de empregados era de 76 mil e caiu para 53 mil em 2002, o que representa um corte de 30,2%. Em contrapartida, em setembro último, a Caixa alcançou a marca de cem mil bancários e deve contratar mais dois mil até o final de 2015, segundo o acordo coletivo da campanha salarial deste ano.


Em 1998, depois das privatizações da Telebrás, da CSN e da Vale do Rio Doce, o governo federal encomendou estudo ao consórcio Booz-Allen, Hamilton & Fipe para definir o papel dos bancos públicos – BB, Caixa, BNDES, BNB e Basa. O consórcio apresentou relatório, no qual afirmava que os bancos públicos eram ineficientes e propunha uma série de alternativas, entre elas a fusão de alguns e a privatização pura e simples.


Como se não bastasse, a norma RH 008 foi baixada pela diretoria da Caixa em fevereiro de 2000 para permitir a demissão sem justa causa de funcionários. A norma atendia a uma política da instituição de enxugar o quadro de empregados, da qual também fazia parte o Plano de Demissão Voluntária (PADV). Foram dispensados cerca de 440 bancários com base na RH 008. Em 2003, após uma negociação com o movimento sindical bancário, a direção da instituição revogou a norma e decidiu acatar decisões judiciais a favor de reintegrações. Além disso, foi institucionalizada a flexibilização da jornada, reajuste zero, discriminação aos aposentados e ataque às entidades de representação dos bancários.


Com as Resoluções 10/95 e 9/96 do Dest houve quebra da carreira e extinção de direitos na Caixa. Os novos bancários (após 1998) perderam licença-prêmio, ATS, APIP e parcelamento de férias, os dois últimos retomados neste governo, e novos e antigos perderam promoção por mérito (retomada em 2008, sendo neste ano também implantado o novo PCS).


Banco assume novo papel a partir de 2003 – A situação da Caixa Econômica só começa a se reverter no governo seguinte, a partir de 2003, quando o ex-presidente Lula assume o poder e transforma o banco no principal instrumento de viabilização dos projetos sociais do seu governo.


Nos governos Lula e Dilma, a Caixa respeita a convenção coletiva dos bancários, subscrevendo-a, o que tem representado reposição de inflação mais ganho real de 21,3% desde 2004. Além disso, o atual governo aumentou o número de postos de atendimento e em dezembro de 2013 a Caixa já possuía 4.012 agências em todo o País. Ademais, sem o financiamento da Caixa, não estaria em curso o maior programa de construção de moradia de toda história do País, o Minha Casa Minha Vida.