Empregados do Ceará decidem rejeitar proposta, mas suspendem greve

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Os empregados da carreira profissional da Caixa Econômica Federal no Ceará rejeitaram novamente, por unanimidade, a proposta do banco para o Plano de Cargos e Salários (PCS) em assembléia realizada na última quarta-feira, 17/6. Entretanto, os empregados decidiram suspender a greve e retornaram ao trabalho no dia 18/6, após 51 dias de greve.


Os profissionais do Ceará rejeitaram a proposta porque ela não unifica a carreira profissional e exclui parte dos bancários. Além disso é uma proposta que traz poucos avanços para quem está em início de carreira e desvaloriza os funcionários mais antigos. O Acordo Coletivo previa a negociação de um PCS levando em conta as pesquisas de mercado, o que não foi feito. A assembleia do dia 17 ratificou a decisão que já tinha sido tomada no último dia 12/6.


A decisão de retornar ao trabalho se deu porque, em nível nacional, o comando de greve (formado pela ANEAC – Associação dos Engenheiros e Arquitetos, Advocef – Associação dos Advogados, Contraf e Contec) aceitou a proposta da Caixa, o que coloca fim às negociações.


A proposta aprovada prevê alterações em duas etapas na tabela do PCS. Na primeira, retroativa a 1º/4, com aplicação de progressão geométrica decrescente, observada a compensação do reajuste linear de 4% concedido em abril, o salário inicial é de R$ 6.199,00 e o final de R$ 8.704,00. A segunda, a partir de janeiro de 2010, o piso passa a R$ 6.600,00 e o teto para R$ 9.116,00 pelo valor nominal, ou seja, compensados eventuais reajustes aplicados na data-base dos bancários, em 1º de setembro, conforme prevê tabela sugerida pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). A migração para a nova tabela seria realizada por aproximação salarial, com valores da data em que ocorrer. Além disso, a empresa abonará metade dos dias parados e a compensação da outra metade a ser realizada até o dia 31/12/2009.


“A greve pode não ter alcançado todos os objetivos que queríamos, mas a grande vitória desse movimento foi a mobilização da categoria em todo o País, e em especial no Ceará, que mostrou ao banco a força dos profissionais da Caixa. Além disso, a greve fortaleceu os laços entre o Sindicato e essa parcela dos empregados, demonstrando a força e a união dos bancários no Estado”, afirmou o presidente do Sindicato, Marcos Saraiva.

QUEM APROVOU: Alagoas, Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Campos dos Goytacazes (RJ), Londrina (PR), Maranhão, Mato Grosso, Pernambuco, Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), Santa Maria (RS), São Paulo (SP) e Uberaba (MG).

QUEM REJEITOU: Ceará, Espírito Santo e Curitiba (PR).