Pauta entregue. Está oficialmente iniciada a Campanha Nacional Unificada 2015. No dia 11/8, o Comando Nacional dos Bancários entregou à Federação dos Bancos (Fenaban) a pauta de reivindicações da categoria. Na sede da Fenaban, em São Paulo, também foram entregues as pautas específicas às direções do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. A primeira rodada de negociação será dia 19/9, e vai debater a prioridade dos bancários: emprego.
“Não há crise no setor financeiro brasileiro e os bancários vão para a Campanha 2015 com essa certeza. Os bancos têm condições de atender nossa pauta”, afirma o presidente da Contraf-CUT, Roberto Von der Osten. Só os três maiores bancos privados do País (Itaú, Bradesco e Santander) anunciaram os resultados do 1º semestre deste ano: são R$ 24 bilhões – crescimento de 22,3% em relação a 2014.
Após a reunião com o presidente da Fenaban, Murilo Portugal, o presidente da Contraf-CUT, Roberto Von der Osten, disse que a preocupação central da categoria é com o emprego. “Nesta campanha, o discurso dos bancos é de atribuir o impacto da redução dos postos de trabalho à saída dos trabalhadores sem substituição. São pessoas que saem e não precisariam ser substituídas nesses postos, segundo eles. Mas é uma redução. Nos interessa debater a precarização do trabalho por terceirização e também o desemprego”, afirmou.
“Nossa prioridade este ano são os empregos, sem abrir mão, é claro, de aumento real, valorização do piso, da PLR, dos vales e melhoria nas condições de trabalho. Os bancos precisam voltar a contratar. Com seus lucros exorbitantes, mesmo os banqueiros falando em ‘crise internacional’, devem demonstrar respeito aos bancários, assim como toda a sociedade”, disse Carlos Eduardo Bezerra, presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará.
Principais reivindicações da categoria em 2015
Reajuste salarial de 16% (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real).
PLR: Três salários + R$7.246,82
Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transsexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
Principais reivindicações dos empregados da Caixa
• Mais contratações;
• Prevenção do assédio moral e sexual;
• Condições de trabalho para os deficientes;
• Combate às metas abusivas;
• Medidas e garantias em caso de assaltos e sequestros para as vítimas e familiares;
• Melhoria e ampliação no atendimento do Saúde Caixa;
• Fim do voto minerva na Funcef;
• Extensão do Saúde Caixa para os empregados que se aposentaram por meio de PADVs;
• Extensão do auxílio-alimentação e cesta-alimentação a todos os aposentados e pensionistas, inclusive aos desligados em PADV;
• Retomada do modelo de Agência Segura;
• Combate a terceirização;
• Defesa da isonomia;
• Fim do GDP (programa Gestão de Desempenho de Pessoas), entre outras.
Principais reivindicações dos funcionários do BB:
Remuneração e condições de trabalho
• Intensificação da luta por melhorias no PCR;
• Por mais contratações;
• Melhores condições de trabalho;
• Combate ao assédio moral.
Saúde
• Os funcionários do banco demonstram preocupação com o aumento de casos de adoecimentos causados pelo ambiente bancário.
Cassi
• Manutenção do princípio de solidariedade na Cassi e a inclusão de funcionários oriundos de bancos incorporados pelo BB, para que sejam assistidos pelo Programa de Saúde da Família e demais coberturas.
Previ
• Fim da Resolução 26, para que o superávit do plano de previdência seja investido na melhoria dos benefícios.
• O fim do voto de minerva no Conselho Deliberativo
• Implantação de teto para os benefícios.
Organização do movimento
• Campanha nacional unificada, com negociação de mesa única na Fenaban e mesas concomitantes para discutir as questões específicas do BB, além do modelo construído pela categoria de comissões de empregados que assessoram a Contraf-CUT nas negociações específicas com os bancos.
BB e sistema financeiro
• O fortalecimento do BB como banco público voltado para o financiamento da produção e do desenvolvimento econômico e social do País.
• Defenderam ainda a internacionalização do BB e a regulamentação do artigo 192 da Constituição Federal, que trata do Sistema Financeiro Nacional.