Encontro das Centrais define estratégias em defesa do salário mínimo

53

Após duas reuniões frustradas com Gilberto Carvalho, ministro da Secretaria-Geral da República, presidentes e representantes das seis centrais sindicais e técnicos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) se reuniram para debater e traçar as estratégias de mobilização em defesa do salário mínimo de R$ 580,00, reajuste da tabela do Imposto de Renda de 6,46% e aumento das aposentadorias de 10%. Diante das dificuldades de diálogo com o governo federal, a estratégia das centrais agora é intensificar a mobilização na tentativa de abrir as negociações acerca dos valores.


Participaram da reunião os presidentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da CTB, da Força Sindical, da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), da União Geral dos Trabalhadores (UGT) e da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST).


O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Wagner Gomes, disse que a primeira conclusão da reunião entre os presidentes das seis centrais sindicais foi a de que “o que está em jogo não é o acordo do governo com as centrais, mas uma opção política entre o pagamento de juros e a distribuição de renda através do salário mínimo. É isso que a presidente Dilma terá que resolver: ou favorece a especulação financeira ou investe na distribuição de renda.


Para o presidente da CTB, “Lula pode falar o que quiser. Ele não é mais o presidente. Nós queremos falar com a Dilma”. Ele revelou que durante a campanha, “quando o Serra prometeu aumentar o salário mínimo para R$ 600,00, Lula veio com Dilma a um comício em São Miguel Paulista e os dois garantiram que o mínimo teria aumento real. Portanto, oportunistas foram eles e não nós, sindicalistas”.


Já o presidente da CUT, Artur Henrique, cobrou isonomia no tratamento que o governo confere a capitalistas e trabalhadores. “Só queremos ser tratados da mesma forma que os empresários e o setor financeiro foram tratados durante a crise. Da mesma forma que a crise exigiu medidas excepcionais, especialmente para os bancos privados, queremos que os trabalhadores sejam tratados da mesma forma”.


A intenção das centrais é continuar negociando com o governo para garantir um aumento real do salário mínimo – as centrais pautam o valor de R$ 580,00 para 2011 –, assim como a transformação da política de valorização do salário mínimo, acordada entre as centrais e o governo federal, em política de Estado, por meio de uma lei que estabeleça os critérios. A correção da tabela do Imposto de Renda e garantia de aumento das aposentadorias também figuram na pauta.