Escola Móvel da CUT planta a semente da transformação social no Nordeste

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“Sabíamos que era uma ideia audaciosa e enfrentamos a dificuldade de compreensão do movimento sindical e a baixa do Euro”, lembrou o secretário adjunto de Formação da CUT, Admirson Ferro Júnior, o Greg, um dos idealizadores da Escola Móvel, durante seminário que a Escola Nordeste promoveu nos dias 30 e 31/5, em Recife (PE).


Há três anos, a iniciativa da Central em parceria com o Instituto Sindical de Cooperación al Desarrollo (ISCOD), da Espanha, e com o Instituto Sindicale per La Cooperazione allo Svilppo (ISCOS), da Itália, foi imaginada no formato de um grande ônibus que viajaria o interior do Nordeste para levar formação a dirigentes sindicais, apresentações culturais e promover debates sobre temas do mundo sindical.


O conteúdo foi mantido, mas a crise econômica que atingia o mundo há três anos trouxe dificuldade aos parceiros. Ainda assim, o micro-ônibus visitou 68 cidades nordestinas e viajou exatos 21.885 quilômetros, de novembro de 2010 até maio deste ano.


Discussão democrática – A bordo dele, além do motorista, somente o educador Antônio Danilson Pinto, responsável por cuidar do processo pedagógico e político do programa, que inclui articular com os sindicatos das cidades a divulgação e os espaços que serão visitados pelos formadores. Danilson comenta que, principalmente nas zonas rurais, a recepção é semelhante à chegada de um grande evento, cercado de muita expectativa.


Além de cumprir de forma ampla a formação de dirigentes, o programa fortalece a rede sindical de educadores, o desenvolvimento territorial e permite discutir nas cidades a concepção cutista sobre economia solidária, forma de produção e comercialização alternativa ao grande capital, centrada na inclusão social e no respeito ao meio ambiente. 


Nesses anos, a Escola Móvel promoveu cinema em praça pública, encontros com quilombolas, debates sobre a luta da classe trabalhadora em rádios e TVs comunitárias, discussões em escolas sobre sexualidade. E ainda divulgou as bandeiras da CUT para além da pauta sindical. Ao mesmo tempo, o educador explica que a caravana identifica demandas nas regiões, como a dificuldade em dialogar com a juventude e a necessidade de fortalecer a preparação de dirigentes, especialmente sobre o tema da economia solidária.  Os próximos passos, destacou, são garantir o financiamento para a continuidade das ações e envolver ainda mais os secretários cutistas.


Para as estaduais, uma grande aliada – A presidenta da CUT-CE, Joana D´Arc, mais uma que acolheu a escola, comenta que as pessoas cobram o retorno à região e isso é um dos gargalos. “As pessoas dizem que a Escola Móvel fala a língua deles e, por isso, tem esse destaque. Por onde ela não passou, as pessoas ficam sabendo e cobram. Já nos locais onde foi, as pessoas querem que retorne, que o projeto continue”.