No dia 13 de setembro, o FGTS completou 53 anos de existência e, no mesmo dia, tiveram início os saques ao fundo liberados pelo governo Bolsonaro. As ameaças ao fundo e à própria Caixa Econômica Federal – constantemente alvo de encolhimento nos últimos meses – têm deixado os empregados apreensivos.
Não é só com a redução do número de empregados que a Caixa vem sofrendo. O principal banco de varejo totalmente público também está sendo fatiado, com a venda de ativos estratégicos como as ações da Petrobrás e do IRB e a tentativa de venda para o setor privado de ativos como as loterias instantâneas (Lotex), que hoje financiam programas nas áreas da educação, esporte, cultura, segurança e saúde. Além disso, partes mais rentáveis do banco vem sendo preparadas para venda, como a gestão de ativos de terceiros, seguros, e Caixa Cartões.
FGTS COBIÇADO – Administrado pela Caixa, o FGTS sofre constante assédio dos bancos privados, interessados em lucrar com os R$ 413,8 bilhões de saldo em conta. Além de ser um seguro para o trabalhador no caso de demissão, o FGTS é um dos maiores fundos de investimento em políticas públicas do mundo, que favorece justamente a população de mais baixa renda. Apenas em 2017, o fundo investiu R$ 63 bilhões nas áreas de habitação (R$ 59,1 bi), saneamento básico (R$ 3,9 bi) e infraestrutura (R$ 277 mi). Os bancos privados já geriram o FGTS até 1990, quando uma lei centralizou a administração dos recursos na Caixa. O dinheiro do trabalhador ficava depositado nos bancos de forma pulverizada, o que resultou em diversos casos de má gestão dos recursos, acarretando em prejuízos para o fundo e para o governo.
O fundo era gerido e administrado por um Conselho Curador composto por 24 membros de entidades representativas dos trabalhadores, dos empregadores e representantes do Governo Federal. Mas um decreto do governo Bolsonaro reduziu a participação da sociedade na administração do fundo.
“A Caixa é o banco do trabalhador brasileiro. É o banco onde sete em cada 10 pessoas financiam a casa própria, e tem papel fundamental no desenvolvimento econômico e social do país. Defender a Caixa é defender a soberania da população e o FGTS faz parte dessa luta”
Marcos Saraiva, diretor do Sindicato e da Fenae