Filme já visto: Bradesco inicia demissões no BEC

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Em manifestação na agência do BEC dos Peixinhos, dia 12/4, o Sindicato dos Bancários denunciou à população mais três demissões de funcionários, um do Bradesco e dois na transição administrativa do BEC para o Bradesco. O grupo teatral presente na manifestação foi proibido de entrar no atendimento interno do banco. Mesmo do lado de fora, as altas taxas bancárias e o lucro dos bancos foram denunciados.

Em 2005, o Bradesco foi o banco que obteve o maior lucro no país (5.514 bilhões de reais), seguido do Itaú (5.251 bilhões). Enquanto isso, as demissões perseguem bancários. “Lojas estão recebendo pagamentos que eram feitos nos bancos. Parece interessante a bancários e clientes o desafogamento das filas dos bancos. Mas em médio prazo, os bancários serão demitidos por esse esvaziamento”, analisou Gabriel Motta, diretor do Sindicato.

O presidente do Sindicato, Marcos Saraiva, alertou para o fato de a privatização do BEC estar relacionada à política neoliberal do Governo Estadual. “Há 11 anos, os funcionários do BEC eram trucidados pelo Governo do Estado, que pressionava para privatizar o banco. Enquanto isso, parentes de políticos enriqueciam e deixavam uma dívida de quase 8 milhões para o Banco do Brasil”, afirmou Marcos, referindo-se à dívida de R$ 7,7 milhões da empresa Chegue e Pague (do deputado federal Léo Alcântara) ao BB.

Em negociação com os funcionários do BEC após sua privatização, o Bradesco demitiu “sem justa causa” 65 becistas, garantindo assim os direitos indenizatórios. No entanto, o risco de haver novas demissões em massa, mas sem negociação com os funcionários, assusta os becistas, principalmente após essas três demissões. O risco do Bradesco descumprir as negociações feitas faz com que a atenção do Sindicato se volte agora para o pós 15 de maio, quando o Bradesco incorporará definitivamente o BEC.