Fim das demissões é tema de negociação com o Itaú Unibanco

49

Após as mobilizações do Dia Nacional de Luta realizado no dia 6/7, a Contraf-CUT, federações e sindicatos retomaram no dia 7/7, o processo de negociação com o Itaú Unibanco. Os trabalhadores cobraram do banco o fim das demissões que vêm ocorrendo na empresa. “Cobramos do banco esclarecimentos sobre as declarações dadas pelo Roberto Setúbal para a revista Exame em que ele afirma que ‘é hora de cortar’”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e funcionário da empresa. A reportagem publicada na edição do dia 15/6 da Exame Finanças comprova que o Itaú Unibanco iniciou um duro programa de corte de custos e reorganização interna “para atingir o grau de eficiência que seus acionistas esperam”.


Afirma Ribamar Pacheco, diretor do SEEB/CE e representante da Fetrafi/NE na COE Itaú Unibanco, presente à negociação, que “essa postura é inaceitável. O banco precisa rever essa pratica nefasta de demissões. Exigimos garantia dos empregos dos trabalhadores, queremos o fim rotatividade e condições dignas de trabalho”, completa.


A empresa apresentou os números do Centro de Realocação, que visa a redistribuição dos funcionários para vagas surgidas dentro do banco, evitando demissões. Em 2011, já foram realocados 812 trabalhadores e outros 453 ainda estão em análise para finalização do processo. O número não inclui os resultados do Programa de Oportunidades de Carreira (POC), outro programa interno que também tem a característica de disponibilizar vagas. O banco disponibilizou ainda dados a respeito das contratações. Segundo a empresa, no mês de maio foram admitidos 1.326 bancários, número que inclui 360 realocações. Em junho, foram 1.399, sendo 759 realocações. O quadro de funcionários diretos do banco cresceu de 74.282 bancários em 2009, para 82.079 em 2010 e atingiu 85.591 em 2011.


“Não temos como considerar as demissões que o banco vem implementando como um ‘turn over normal do mercado’, como o banco alega. Somente em 2011, o movimento sindical estima que tenham ocorrido perto de 4 mil demissões no banco em todo o País. Isso precisa parar”, completa Carlos Cordeiro, que o clima encontrado na empresa hoje é de total insegurança. Os trabalhadores cobraram do banco uma posição firme para acabar com os desvios de função que têm ocorrido com gerentes operacionais e chefes de serviços que trabalham diariamente nos caixas.

OUTROS PONTOS – Os bancários questionaram a empresa também sobre as modificações na fita de caixa, que deixou de ter segunda via em carbono – uma nova impressão da fita pode ser feita por meio de funções implantadas nos caixas. No entanto, os procedimentos ainda não estão claros e a situação vem gerando transtorno para os caixas. Os bancários cobraram definições e treinamento sobre essa situação. Também foi discutido o funcionamento imediato dos Comitês de Acompanhamento do plano de saúde. Uma agenda indicativa para o início do funcionamento foi discutida.