FUNCIONALISMO COBRA A MANUTENÇÃO DOS POSTOS DE TRABALHO

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Em entrevista à revista Exame, o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, afirmou que o banco pretende totalizar 150 agências fechadas em 2019. Já para 2020, a “meta” é encerrar as atividades de mais de 300 agências. O objetivo declarado é a redução das despesas operacionais do banco. A informação já constava no balanço do Bradesco referente aos nove primeiros meses do ano, no qual foi registrado lucro líquido recorrente de R$ 19,2 bilhões, crescimento de 22,3% em relação ao mesmo período de 2018.


Diante deste anúncio, a principal preocupação da representação do funcionalismo é com os trabalhadores das agências que serão fechadas. O Bradesco precisa esclarecer qual é o número de trabalhadores que serão afetados e se estes serão realocados. Por sua vez, o atendimento à população também pode ser precarizado com o fechamento das unidades. O lucro do Bradesco cresce ano a ano através do aumento de receitas e redução de custos. Hoje, cada bancário do Bradesco é responsável, em tese, por 1.004 clientes, número que tende a aumentar com o fechamento das agências, o que traz sobrecarga e adoecimento e o banco não apresenta qualquer tipo de solução para esse risco.


Outro questionamento do funcionalismo está relacionado à política de juros do banco. O presidente do banco fala da ampliação da carteira de crédito, mas não trata da redução da taxa de juros ao consumidor.


“São muitos os esclarecimentos necessários por parte do presidente do Bradesco. Ao anunciar o fechamento de tantas agências, sem mencionar como se dará esse processo, cria-se um clima tenso entre os trabalhadores, inseguros quanto a seus empregos. Cobramos do banco a manutenção dos postos de trabalho e estamos acompanhando todo esse processo para defender os empregos e direitos dos trabalhadores, responsáveis diretos pelos excelentes resultados do banco”
Gabriel Rochinha, diretor do Sindicato e funcionário do Bradesco