Funcionalismo do BB elege representante para Conselho de Administração. Sindicato apoia Rafael Matos F8369846

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Entre os próximos dias 3 e 7/6, os funcionários do Banco do Brasil irão eleger, pelo voto direto, seu representante para o Conselho de Administração da empresa (Caref). O Sindicato dos Bancários do Ceará (SEEB/CE) apoia Rafael Matos (matrícula F8369846), bancário do BB há 13 anos e ex-diretor do Sindicato de São Paulo por dois mandatos.


“Rafael Matos tem o apoio da maioria dos sindicatos e tem histórico de atuação em defesa do funcionalismo. Entendemos que os bancários precisam de um candidato que possa fazer frente aos candidatos ligados à direção da empresa”, explica Carlos Eduardo Bezerra, presidente do Sindicato.


“Essa eleição é uma conquista do movimento sindical, capitaneada pela CUT. Os trabalhadores escolhem um representante para atuar na instância máxima do Banco do Brasil, onde são tomadas todas as decisões estratégicas da empresa, por isso é importante eleger uma pessoa comprometida com os interesses do funcionalismo”, completa o presidente.


Perfil do candidato – Graduado em História pela USP e especializado em Economia do Trabalho e Sindicalismo pela Unicamp, Rafael Matos também fez MBA em Gestão de Pessoas pela FGV-RJ, MBA em Meio Ambiente e Sociedade pela Fesp-SP e em Gestão de Previdência Complementar pelo Instituto Ideias em parceria com a Universidade Federal Fluminense. Trabalhou ainda na área de Gestão de Pessoas do BB, em São Paulo, e atua na Previ.


A eleição – Os bancários votarão via SisBB, pelo número de matrícula funcional do candidato. A matrícula de Rafael Matos é F8369846. Se nenhum candidato conseguir a maioria absoluta dos votos, os dois primeiros colocados disputarão o segundo turno, de 24 a 28 de junho. Têm direito a voto todos os 120 mil funcionários em atividade no BB.


O Conselho de Administração do Banco do Brasil é composto de sete membros: três indicados pelo governo federal, o presidente do banco, dois indicados pelos acionistas minoritários (que hoje são indicados pela Previ) e um eleito pelos funcionários.


Em visita ao Sindicato dos Bancários do Ceará, na quarta-feira 29/5, Rafael Matos falou sobre sua candidatura, o papel do Conselho de Administração e a importância da participação dos funcionários na eleição. Confira a entrevista:


Qual a importância dessa eleição para os funcionários e por que sua candidatura deve ser apoiada?


Essa eleição é muito significativa porque pode, de fato, trazer consequências positivas para vida do trabalho no nosso dia a dia. Eu tenho conversado com os colegas e tenho afirmado com toda a convicção que, com esse quadro de muitos candidatos inscritos – nós temos mais de 650 inscritos – é importante a gente ter uma candidatura que não seja uma candidatura de impulso individual, um pleito individual – sem demérito nenhum às outras candidaturas, de maneira nenhuma a gente quer desqualificar as outras candidaturas. Mas a gente entende que, para defender os interesses dos bancários, tem de ter uma candidatura representativa de um projeto em sintonia com todos os sindicatos do País, um projeto que possa levar a visão do trabalhador para o Conselho de Administração, que tenha força e representatividade para discutir o que é importante para a vida do bancário nessa esfera que é importante para a gestão do banco.


Quais são os compromissos e principais propostas da sua candidatura?


A gente precisa estabelecer um processo de interlocução com o Banco do Brasil. A interlocução com o banco está muito ruim. Essa esfera de participação dos funcionários no Conselho de Administração já é um começo para ajudar a fortalecer a interlocução dos funcionários com a representação. Além disso, a gente precisa começar a debater a gestão de pessoas do banco. A alçada do conselheiro eleito – que é uma a alçada de fiscalização, de debate de macropolíticas, que tem uma limitação legal para a discussão do funcionalismo – ela precisa ser usadar, nesse projeto de defesa dos interesses dos funcionários, de maneira a fortalecer a interlocução e debater a gestão de pessoas do banco. O banco precisa olhar para o funcionário no longo prazo, precisa investir no funcionário no longo prazo. Então, uma candidatura que tenha a força do Sindicato com ela precisa levar a frente, no banco, uma discussão sobre qual o banco que a gente quer: um banco que olhe pros funcionários, que invista em capacitação, que envolva o funcionário na construção das metas, que não coloque metas absurdas e inatingíveis. O banco precisa envolver o funcionário na construção dos seus objetivos, precisa dar condições de trabalho para os funcionários atingirem os objetivos e precisa começar a olhar mais pras pessoas.


Muitos trabalhadores não compreendem direito o papel do Conselho de Administração do Banco do Brasil. Como é composto esse Conselho e a que interesses cada representação está envolvida?


Acho que é o cerne do debate está nessa pergunta. Essa é uma lei que foi sancionada no final do governo Lula, em 2010, no Ministério do Planejamento. Os trabalhadores ganharam o direito de eleger um representante no Conselho de Administração das empresas estatais. O Banco do Brasil se adequou e, agora, a gente pode eleger um funcionário para o Conselho de Administração. O Conselho do Banco do Brasil tem oito componentes: um representante indicado e orientado pelo próprio banco; quatro representantes indicados e orientados pelo Governo Federal – ou seja eles representam o Governo e a sua linha política –; dois representantes dos acionistas minoritários – no caso, a Previ; e, agora, tem mais um assento lá: o assento dos representantes dos funcionários. Cada componente desse conselho recebe a orientação e a indicação de voto desses membros, ou seja, cada um defende os interesses daqueles que os indicaram. O Conselho de Administração do banco é a esfera máxima da gestão da empresa. Lá, é onde se define as macropolíticas do Banco do Brasil, a política de crédito, de investimentos, de gestão de pessoas. O conselheiro de administração está regido pela lei das SA, ou seja, tem um papel também, de fiscalização da gestão da empresa. É no Conselho onde se definem os nomes dos executivos, é onde valida os números da empresa, então, é a esfera máxima da gestão, é onde se definem o planejamento estratégico e os rumos do banco no médio e longo prazo.


Como o trabalhador deve fazer para votar?


A votação ocorre pelo SisBB, aplicativo pessoal 48, todos os funcionários da ativa votam, sem exceção, e votam com a matrícula do candidato – a minha matricula é F8369846. Ao digitar a matrícula, vai aparecer o nome e confirma a votação. Não tem aquele pop-up que aparece nas votações que a gente participa de Cassi e Previ, por exemplo, então o funcionário tem que procurar o caminho da votação. É muito importante participar porque é um espaço de participação do trabalhador na gestão, uma via de mão dupla pra levar a visão do trabalhador e dividir com o trabalhador a gestão do BB, uma oportunidade pra gente ter uma campanha representativa em defesa dos interesses dos funcionários. Por isso é muito importante que todos participem.