Funcionários cobram participação na construção do programa de reabilitação

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Os bancários representados pela Contraf-CUT, assessorada pela Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, estiveram reunidos no dia 23/6, com a direção do banco. O Itaú apresentou seu projeto de reabilitação, denominado pela instituição de Programa de Readaptação Profissional. Os dirigentes sindicais criticaram a construção unilateral do programa.


De acordo com o banco, o programa atendeu, entre 2012 e 2014, 1980 funcionários que retornaram ao trabalho após afastamento por doença. A equipe de atendimento se concentra em São Paulo e no Rio de Janeiro e conta com sete médicos, dois psicólogos e um técnico de enfermagem. Segundo o Itaú, além do acompanhamento clínico, também são feitas adequações das tarefas na volta da licença médica.


Os trabalhadores denunciam que ficaram de fora da elaboração deste projeto e cobram participar do início ao fim do processo. Os sindicatos recebem, todos os dias, reclamações de bancários que ao retornar ao trabalho são mal acolhidos pelo gestor direto ou mesmo pelo banco.


Papel x Realidade – Durante o encontro, o gerente de Medicina Ocupacional do banco, André Fusco, acompanhado do diretor de Relações Sindicais, Marcelo Orticelli, explicou que o bancário, ao retornar ao trabalho, tem função e metas ajustadas, de acordo com sua condição de saúde. Este foi um ponto contestado pelos representantes dos trabalhadores, pois bancários readaptados denunciam que as metas continuam sendo as mesmas para as agências. Também existe a insegurança, o temor de ser demitido mesmo no período de seis meses do programa, que não garante estabilidade no emprego.


GT de Saúde – Outra reunião ficou pré-agendada para 14 e 15 de julho, também na Contraf-CUT, para analisar ponto a ponto do programa e encaminhar as demandas ao banco. Será formado o GT de Saúde do Itaú, que contará com representantes dos trabalhadores e da instituição bancária para debater as reivindicações dos bancários, já que o Itaú está entre os bancos com maior número de adoecimentos por conta do trabalho.


“O Itaú desrespeita seus funcionários e por isso, exigimos do banco mudança de postura em não ouvir a opinião dos trabalhadores. Mais uma vez, o Itaú elabora de forma unilateral um projeto sem ouvir os verdadeiros interessados”
Ribamar Pacheco, diretor do SEEB/CE e funcionário do Itaú