“A fusão provocou a criação do maior banco do País e, pelo que já conhecemos, o histórico de fusões é desolador: trata-se de demissões em massa. Estamos lançando uma campanha em defesa dos empregos”, afirmou o diretor do Sindicato dos Bancários do Ceará (SEEB/CE) e funcionário do Itaú, Ribamar Pacheco, durante o lançamento da Campanha em Defesa dos Empregos e Direitos, no Centro de Fortaleza. A manifestação fez parte de uma movimentação nacional e aconteceu no dia 17/12.
Os protestos visam quebrar a intransigência dos bancos, que se recusam a assinar um acordo que garanta o emprego de seus trabalhadores, colocando em risco a palavra empenhada por seus presidentes, Roberto Setúbal e Pedro Moreira Salles, que garantiram publicamente que não haveria fechamento de agências ou demissões. “Realizamos três rodadas de negociação onde os banqueiros não assumiram o que afirmaram anteriormente, em rede nacional. Foi criado um grande banco, portanto, tem condições de absorver todos os trabalhadores”, concluiu Ribamar. O diretor ressaltou ainda que o Sindicato estará atento e vigilante a todos os passos dos dirigentes dos bancos quanto à fusão e que a Campanha dialoga também com clientes e usuários.
Para o diretor do Sindicato e funcionário do Unibanco, Alex Citó, “não vamos nos calar. Estamos nos antecipando, sim, pois sabemos que todas as fusões trazem demissões dos trabalhadores. Pedimos aos clientes e usuários que cobrem dos dirigentes desse banco mais contratações e manutenção dos empregos dos bancários. Estamos lançando a Campanha nessa época, pois o que queremos é passar o Natal, ano novo e todo o próximo ano com tranqüilidade para o empregado e para suas famílias”, afirmou.
A mobilização brasileira fez parte de uma campanha internacional lançada em toda a América Latina pela UNI América Finanças e pelo Comitê de Finanças da Coordenadora das Centrais Sindicais do Cone Sul (CCSC) para combater as possíveis demissões que possam ocorrer por conta da crise financeira internacional. A mobilização começou com os bancários de Itaú e Unibanco, mas atingirá os trabalhadores de todos os bancos, que também têm seus postos de trabalho em risco por conta de outras fusões.