Na segunda rodada de negociação após a fusão, a Contraf/CUT entregou na terça-feira, dia 9/12, a pauta de reivindicações dos bancários de Itaú e Unibanco. Os dois bancos continuam se recusando a colocar no papel o compromisso público que assumiram seus presidentes de que não haverá demissões ou fechamento de agências.
Reivindicações – A pauta de reivindicações foi discutida no Encontro Nacional dos Dirigentes Sindicais, realizado em São Paulo, nos dias 17,18 e 19/11. Entre as principais reivindicações estão a aplicação das bases da Convenção 158 da OIT, que inibe dispensas imotivadas; suspensão imediata das demissões; qualquer operação só poderá ser repassado ao outro banco, desde que haja ao mesmo tempo, transferência/realocação dos funcionários; criação de um centro ágil e eficaz de realocação interna; efetivação dos atuais estagiários e não renovação de novos contratos para 2009; suspensão do Programa Jovem Cidadão/Menor Aprendiz, por um período determinado; redução da jornada de trabalho, sem reduzir salários; onde haja sobrecarga de trabalho, suspender a execução de hora extra e banco de horas; manutenção de toda a rede de agência, com ampliação em, no mínimo, 20% dos postos de trabalho; internalização das áreas de sistemas, compensação, tesouraria, crédito, caixa rápido, call center, entre outros; suspender novos projetos de terceirização; não renovação dos contratos de terceirização; construir um programa de incentivo à aposentadoria, estruturado de forma voluntária e manutenção dos direitos observando as condições mais vantajosas.
Segundo o diretor do Sindicato dos Bancários do Ceará e representante da COE Itaú no Nordeste, Ribamar Pacheco, os bancários não podem ser penalizados, em hipótese alguma, nessa fusão. Ele analisa que a estrutura do novo banco é muito grande e tem plenas condições de absorver os funcionários. “Todas essas reivindicações tem como objetivo principal assegurar a manutenção dos empregos e direitos dos bancários. Ressaltamos que as entidades representativas dos funcionários estão vigilantes quanto ao acompanhamento do processo de fusão desses bancos”, afirmou.
CADE – Na quinta-feira, dia 11/12, a Contraf/CUT esteve reunida com Arthur Badin, procurador-geral do Cade, para tratar da fusão entre Itaú e Unibanco.
O procurador-geral do Cade informou que o papel do conselho será analisar todos os aspectos da fusão e seus impactos na sociedade. Serão abordadas questões como o impacto no emprego e renda dos trabalhadores, número de postos de atendimento, custo das operações e serviços para a população, entre outros pontos. O Cade tem inclusive o poder de congelar a fusão durante o período de análise, para evitar que as empresas façam mudanças que não possam ser alteradas posteriormente, como fechamento de departamentos ou unidades. Já o Banco Central ficará encarregado de analisar os riscos do negócio para o sistema financeiro.