Funcionários denunciam elevado número de demissões

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O Itaú lucrou somente no primeiro trimestre de 2016 um total de R$ 5,2 bilhões. Apesar do número impressionante, o banco tem se destacado pelo elevado número de demissões em todo o País.


De acordo com o Dieese, desde 2011, o Itaú já fechou 21 mil postos de trabalho. O balanço do banco, referente ao primeiro trimestre de 2016, mostra que a holding encerrou março com 82.871 empregados no País, com redução de 2.902 postos de trabalho em relação ao mesmo período de 2015. Foram abertas 74 agências digitais e fechadas 154 agências físicas no País entre março de 2015 e março de 2016, totalizando, ao final do período, 3.750 agências físicas e 108 digitais.


Outro problema é o clima de terror que já faz parte da rotina dos funcionários. Muitos gestores têm incentivado esse clima afirmando que as demissões que estão ocorrendo são por conta de baixa avaliação de performance. Essa instabilidade tem prejudicado o clima nos locais de trabalho: a falta de funcionários gera sobrecarga, cobrança de metas abusivas, assédio moral e deterioração das condições de trabalho no geral, aumentando os índices de adoecimento.


A COE do Itaú se reuniu dia 25/5 para debater Emprego. Os representantes sindicais relataram que no país inteiro o problema é igual: alto número de demissões e falta de funcionários nos locais de trabalho, além de alto índice de problemas de saúde.


“É inadmissível que um banco com uma lucratividade de mais de R$ 5 bi só no primeiro trimestre, e que está entre os vinte maiores bancos do mundo, continue demitindo dessa forma. O banco está visando somente o lucro, sem se preocupar com as condições de saúde e de trabalho de seus funcionários e muito menos, em prestar um atendimento digno aos seus clientes”, afirma Ribamar Pacheco, diretor do Sindicato e representante da Fetrafi/NE na COE Itaú.


Congresso – Reunidos em São Paulo nos dias 7 e 8/6, 150 delegados construíram a pauta de reivindicações específicas dos funcionários do Itaú para a Campanha Nacional 2016. Confira as principais reivindicações:


Emprego: Fim das demissões e mais contratações; fim da terceirização; mínimo de funcionários e caixas por agência; combate ao desvio de função; reativação da Central de Realocação de Funcionários; cumprimento da jornada de 6h; criação de dois turnos de trabalho para agências de horário estendido.


Remuneração: ampliação do valor da PCR; discussão sobre o AGIR; pagamento proporcional da PR, PLR e Adicional aos funcionários desligados; pagamento de Auxílio educação integral e ampliação para mestrado; participação do Movimento Sindical na elaboração de um PCS para todos; previdência complementar para todos; vale cultura para todos; discussão sobre parcelamento do pagamento das férias.


Saúde, condições de trabalho, e igualdade de oportunidades: cumprimento da emissão da CAT; implementação da cláusula 57 da CCT (melhoria das relações de trabalho); combate ao assédio moral; fim das metas abusivas; novo programa de retorno ao trabalho com participação sindical; cumprimento da cota de PCD por região e apresentação de relatório sobre contratações.


Segurança: mais segurança nas agências; abertura e fechamento das agências por controle remoto; aumento do número de vigilantes; adoção do projeto-piloto de segurança em todas as agências.