Funcionários do BNB protestam por isonomia e contra a corrupção

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Grande número de funcionários do BNB estiveram reunidos na Praça Jáder Colares, na sede administrativa do Passaré, na última quinta-feira, dia 14/6, para realizar o Dia da Isonomia e protestar contra as denúncias de corrupção no BNB, reiterando o afastamento de toda a diretoria da Instituição.


Na quarta-feira, 13/6, o Sindicato dos Bancários do Ceará deu entrada na Justiça do Trabalho numa ação civil pública cobrando a isonomia de tratamento entre novos e antigos funcionários do BNB. O Dia da Isonomia cobrou igualdade de direitos nos benefícios da licença prêmio, promoção, anuênio, auxílio material escolar e extensão do acordo das folgas para todos.


“Estamos aqui para denunciar a falta de capacidade dessa empresa e do governo que discriminam os funcionários do BNB com a quebra da isonomia, não garantem os mesmos direitos aos novos e antigos funcionários, sendo que muitos desses direitos foram arduamente conquistados através de acordo coletivo, de muita mobilização e de greve”, esclarece o presidente do Sindicato dos Bancários, Carlos Eduardo Bezerra.


A manifestação tratou também da ação de equiparação das funções em comissão do BNB às do BB. A ação já transitou em julgado e encontra-se, atualmente, em fase de liquidação. O Sindicato já fez várias tentativas de negociar um acordo digno, mas a direção do Banco nega-se. A ação já tramita na Justiça há 22 anos.

Irregularidades – O Sindicato dos Bancários cobrou ainda providências expressas quanto ao afastamento da atual diretoria do BNB frente às denúncias de irregularidades na gestão divulgadas na mídia nacional.


De acordo com o diretor do Sindicato e coordenador da Comissão Nacional dos Funcionários do BNB, Tomaz de Aquino, o SEEB/CE pode cobrar punição para dirigentes corruptos, pois não detém cargos no Banco.


Segundo ele, há vários meses, o Sindicato vem acompanhando e exigindo dos órgãos que vinham fazendo a fiscalização do Banco, o andamento e a divulgação das investigações. Ele informou que o Sindicato já encaminhou ofício ao governo federal cobrando o afastamento da diretoria. “Nós queremos que a presidente Dilma, assim como agiu firmemente em casos de denúncias dentro dos seus ministérios, também aja aqui: afaste essa diretoria toda de uma única vez e varra do Banco essa corrupção. E que a sociedade nordestina seja chamada para dizer quais são os critérios que devem nortear a indicação dos dirigentes dessa Instituição e que ela volte a trabalhar em prol da sociedade”, afirmou.


“As pessoas podem até pensar que isonomia e cumprimento da ação de equiparação não têm nada a ver com as denúncias feitas contra a direção do Banco, mas o BNB não faz a isonomia entre seus trabalhadores e nem paga a ação aos beneficiários, onde mais de cem trabalhadores já faleceram esperando o seu saldamento, porque o dinheiro está indo só para o bolso de alguns poucos que estão fraudando esse Banco”, esclarece Tomaz.


O presidente do Sindicato, Carlos Eduardo, ressaltou que esses fatos não ameaçam somente a relação capital x trabalho. “Esse é um ataque à sociedade brasileira, à região Nordeste, às políticas de desenvolvimento regionais, porque está se tirando recursos que deveriam ser aplicados na região para o fomento e esse dinheiro está sendo fraudado, manchando a marca dessa empresa”.


O diretor do Sindicato, Clécio Morse, também expôs a preocupação do Sindicato com a defesa do BNB. “Nos preocupamos com a preservação da imagem dessa Instituição, que tem história para o fomento do Nordeste, por isso trabalhamos no sentido de fortalecer o BNB e mostrar sua importância para a região”.


“Os funcionários do BB, CEF e BNB devem ser os primeiros defensores dessas instituições e de seus papéis de bancos públicos. Não podemos aceitar que a irresponsabilidade de alguns tenha posto nesse Banco pessoas que não estão à altura dele”, afirmou o diretor do Sindicato, Áureo Jr., lembrando que o presidente do BNB, Jurandir Santiago, já esteve envolvido em outro escândalo sobre fraude na construção de kits sanitários no Interior.


Tomaz finalizou conclamando os benebeanos à luta. “O Sindicato esteve, está e estará sempre na defesa do BNB e se a presidente Dilma não tomar uma decisão rápida em relação ao afastamento desses dirigentes, nós vamos parar esse Banco, dessa vez não por salários ou reivindicações trabalhistas, mas por dignidade, por legalidade. Abaixo a corrupção no Banco do Nordeste”.