Funcionários retardam atendimento e cobram respeito

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O Sindicato dos Bancários do Ceará retardou por duas horas o atendimento da agência do HSBC  da Rua Major Facundo, no centro de Fortaleza, no último dia 10/10. O protesto fez parte de um Dia Nacional de Luta realizado pelos funcionários do banco em todo o País cobrando remuneração justa, com PLR condizente aos lucros reais do banco inglês, e garantia de emprego com o fim das demissões.


O HSBC creditou na quinta-feira, dia 11, a antecipação da PLR conquistada na Campanha Nacional dos Bancários 2012. No entanto, com o alto provisionamento para devedores duvidosos feito no balanço do 1º semestre, o valor pago ficará aquém do que esperavam os funcionários.  Além disso, o banco não pagará o Programa Próprio de Remuneração (PPR) e a justificativa é a queda dos lucros. Essa informação está sendo passada pelos gestores durante reuniões com os trabalhadores.


“Essa foi uma conquista da greve de nove dias dos bancários e nós queremos que, no mínimo, o que foi assinado com a Fenaban seja cumprido pelo HSBC. O banco exige metas abusivas dos funcionários, estes fazem de tudo para corresponder às exigências do banco, mas na hora de repartir o lucro com quem o constrói, o banco não cumpre sua parte”, afirma o diretor do Sindicato e funcionário do HSBC, Humberto Silva.


PLR – O pagamento da primeira parcela da PLR dos funcionários do HSBC foi feita na última quinta-feira, 11/10, entretanto, os bancários não têm muitos motivos para comemorar. O banco inglês vai pagar uma das menores PLRs do sistema financeiro nacional porque a empresa elevou em 63,4% as previsões para crédito de liquidação duvidosa (PDD), atingindo um montante de R$ 1,8 bi. O valor equivale a três vezes o lucro obtido no semestre passado, que foi de R$ 602,5 millhões.


Embora a inadimplência esteja caindo, o banco faz essas provisões sem sentido que, no final, acabam prejudicando a PLR e a PSV/PPR dos bancários. A parcela adicional da PLR, por exemplo, que distribui 2% do lucro líquido do primeiro semestre linearmente, ficou comprometida e os bancários receberam menos do que merecem.


Longas filas e mau atendimento – Os diretores cobraram ainda a contratação de mais funcionários para suprir a demanda do atendimento e prestar um melhor serviço à população. “Aqui mesmo nessa agência, o atendimento é precário, não por culpa dos bancários, mas porque não há trabalhadores suficientes para atender ao povo”, disse Humberto.


Ao contrário do que promete em suas propagandas na TV, o HSBC cobra de seus clientes no Brasil juros e tarifas maiores que em qualquer parte do mundo, apesar de obter seu quarto maior rendimento em nosso País. Além disso, o banco inglês presta um péssimo atendimento aos seus usuários nas agências onde sobram filas e faltam funcionários, pois o banco vem demitindo bancários por todo o País. “Os funcionários que ficam estão sobrecarregados, a jornada de trabalho está cada vez mais extenuante e as pressões por metas absurdas está num nível insuportável”, completa Humberto.


“É por esses motivos que fechamos essa agência até o meio-dia e pedimos a compreensão da população, porque estamos aqui lutando por um melhor atendimento, por mais contratação e por melhores condições de trabalho para os funcionários. E se não mudar essa situação, nós iremos paralisar não só essa agência, mas todas as unidades do HSBC para que eles aprendam a respeitar seu funcionalismo e a população”, finaliza o diretor do Sindicato, Alex Citó.