Funcionários se reúnem com o banco para debater agências digitais

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A Contraf-CUT, federações e sindicatos voltaram a se reunir, na quarta-feira (6/4), com a direção do banco Itaú para debater emprego e agências digitais. A reunião fez parte da agenda permanente de discussões sobre o tema, reivindicado pelos sindicalistas. O banco apresentou as informações, pedidas pelos dirigentes sindicais na última reunião – realizada no dia 23 março. Segundo o Itaú, atualmente existem oito polos de agencias digitais, sendo sete em São Paulo e uma no Rio de janeiro, totalizando 2.156 empregados.


Jair Alves, coordenador da COE Itaú, relatou que os sindicatos têm recebido denúncias de que nestes locais de trabalho há sobrecarga de funções, assédio moral e ambiente insalubre, sendo que os bancários são obrigados a trabalhar com headfone, que é prejudicial a saúde. “Nós reivindicamos pleno acesso a esses locais de trabalho, transparência nas informações, eleição de CIPA e fim das metas abusivas”, disse.


Questionados pelos representantes dos trabalhadores, os diretores do banco negaram a existência de terceirizados nestes locais e também garantiram o cumprimento da jornada de trabalho dos bancários, de segunda a sexta-feira.


Os dirigentes destacaram que as agências digitais ferem normativa do Banco Central, que proíbe os bancos de recusar ou dificultar aos clientes o acesso aos canais de atendimento convencionais, mesmo oferecendo atendimento alternativo ou eletrônico. Pelo sistema de agências digitais, quem migra não tem mais o atendimento pessoal com um gerente e, para piorar, onde estão sendo instaladas as agências digitais, o Itaú vem fechando dezenas de agências físicas, dificultando ainda mais o atendimento.


O banco ouviu as reivindicações e ficou de apresentar respostas na próxima reunião, marcada para o dia 28 de abril.


“As agências digitais ainda estão centradas em Rio e São Paulo, mas já sabemos que fatalmente elas chegarão aqui no Nordeste e em Fortaleza. E já estamos atentos acompanhando com atenção as discussões sobre o tema, pois não vamos aceitar a precarização do trabalho bancário. Exigimos que o banco cumpra todos os direitos previstos na Convenção coletiva da categoria e que dê respostas urgentes às nossas demandas”
Ribamar Pacheco, diretor do Sindicato e representante da Fetrafi/NE na COE/Itaú