Fusão entre Itaú e Unibanco preocupa bancários

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Itaú e Unibanco anunciaram fusão na segunda-feira, 3/11, causando alvoroço no mercado financeiro e gerando preocupação entre os trabalhadores das duas empresas. O novo banco é o maior do hemisfério sul e um dos vinte maiores do mundo, segundo comunicado oficial do banco Itaú.


Para o supervisor técnico do Dieese no Ceará, Reginaldo Aguiar, um processo de fusão traz conseqüências para o mercado, para os trabalhadores e para a população. “Ainda não podemos medir os impactos da fusão Itaú/Unibanco nos postos de trabalho, mas provavelmente haverá redução de quadros”. Ele ressalta que, há algum tempo, o número de empregos bancários vem sendo reduzido, fruto, principalmente, das terceirizações, das incorporações e da criação de correspondentes bancários.


Segundo ele, a fusão desses bancos segue uma tendência de concentração. E, com a redução do número de grandes bancos, há um processo de oligopolização do mercado bancário, diminuindo as opções para os clientes, o que resulta numa elevação dos preços dos serviços. Reginaldo lembra ainda que a fusão Itaú/Unibanco é reflexo da política do Banco Central em diminuir o valor do compulsório, numa tentativa de minimizar os efeitos da crise mundial na economia brasileira. “Essa atitude foi acertada, mas deveria ter sido feita atrelada a empréstimos para o setor produtivo, mas, da forma como foi feita, só fez fortalecer os bancos”.


Emprego – Para os bancários, a notícia causou apreensão. A Contraf-CUT procurou a direção dos dois bancos para tratar da questão dos empregos e direitos. O Itaú firmou compromisso de se reunir, o mais rápido possível, para tratar do futuro dos mais de 69 mil trabalhadores da holding. O contato também foi feito junto ao Unibanco, que tem aproximadamente 35 mil funcionários.


Caso a associação entre Itaú e Unibanco seja aprovada pelos acionistas das duas empresas e pelo Banco Central, esse será o terceiro processo de fusão de grandes bancos no País em curso nos últimos meses – além de Santander e Real; Banco do Brasil e Nossa Caixa. O Sindicato vai acompanhar cada passo desse processo defendendo os direitos e empregos dos bancários.