Golpe dentro do golpe: o que está por trás do aumento sucessivo dos combustíveis!

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Essa semana vamos falar daquilo que se tornou um verdadeiro calvário para toda a população brasileira: o alto preço dos combustíveis. O assunto não se resume a quem tem carro ou à greve dos caminhoneiros e suas consequências. O assunto é realmente complexo e seus desdobramentos podem vir a ser catastróficos.


Atualmente, com a gasolina, em média, a R$ 4,89, se uma pessoa enche um tanque de 45 litros uma vez por semana, terá a despesa mensal de cerca de R$ 880,00 – pouco menos que o valor de um salário mínimo por mês, só com combustível. Mas o problema vai além dos cálculos diretos feitos com base na bomba do posto. Nos últimos 12 meses, a gasolina subiu 18% devido à decisão do governo golpista de aderir a preços internacionais.


Mas por que isso? Economistas do Dieese e dirigentes sindicais ligados à Federação Única dos Petroleiros (FUP) avaliam que essa política de aumento dos preços do combustível visa o desmonte da própria Petrobrás. A ordem do governo golpista é equiparar o preço doméstico aos valores internacionais e assim, viabilizar a importação, além de atrair as petrolíferas estrangeiras para a aquisição das refinarias da empresa estatal, que só operariam no Brasil com a garantia de preços muito mais altos do que aqueles que eram praticados até então. Somente em maio deste ano foram 12 aumentos, entre os dias 4 e 22/5. Mais de 120 reajustes desde o início dessa política, em outubro de 2016. Importante que se diga que a venda das refinarias é um dos itens do tal programa do PMDB, “Uma ponte para o futuro”, colocado em prática integralmente após o golpe.


Essa política tem sérias consequências para a Petrobras. As suas refinarias ficam ociosas. A empresa passa a se tornar uma exportadora de petróleo cru enquanto o país importa derivados de maior valor agregado. Isso aumenta o preço do combustível, do gás, do frete das nossas compras on-line, do valor da mercadoria que consumimos nas prateleiras do supermercado. O povo brasileiro, como sempre, não ganha com nada com isso. Apenas os empresários financiadores do golpe, mais uma vez, ficam as vantagens.


Em resumo, a problemática atual do descontrole do preço do combustível está muito mais ligada à política de privatização do refino, e da nova política de preços, do que ao excesso de “impostos”. Está em jogo nessa política não somente prejuízos ao bolso dos trabalhadores e impactos na inflação, mas, principalmente, está em xeque a perda da nossa soberania nacional envolvida na nossa capacidade interna de controlar as variáveis do nosso desenvolvimento nacional.


E não se iluda! O alvo da vez hoje é a Petrobrás, mas, fatalmente, está nos planos do governo golpista ampliar suas garras para os bancos públicos. O mesmo desmonte está sendo preparado, e em muitos setores, já em execução, para BB, Caixa e BNB. Precisamos derrubar esses golpistas do poder. Nossa arma principal são as eleições de outubro de 2018. Golpistas não passarão!


Carlos Eduardo, presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará