Golpes contra a Caixa causam indignação à sociedade e ao movimento sindical

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O gerente de uma agência em Tocantins e um suplente de deputado são acusados de, em dezembro de 2012, desviar R$ 73 milhões da Caixa Econômica Federal. A “desculpa” para sacar o dinheiro foi o pagamento de um prêmio falso da Mega-Sena. Segundo a Polícia Federal, o gerente Robson Pereira do Nascimento abriu uma conta para um suposto ganhador. Com a senha da conta da Caixa destinada a pagamentos de loterias, o gerente viabilizou o depósito de R$ 73 milhões, mesmo sem validação necessária.


Diante do ocorrido, o movimento sindical está questionando o fato de um montante tão elevado ter saído tão facilmente dos cofres da Caixa, através de um comando de uma alçada gerencial.


Kits sanitários – No Ceará, também ocorreram casos de corrupção envolvendo empregados da Caixa. Em 2012, o Ministério Público do Estado do Ceará (MPE/CE), denunciou caso envolvendo dois ex-gestores da Caixa cedidos ao Governo do Estado do Ceará. O dinheiro do governo do Estado, que deveria ser destinado à construção de banheiros para populações carentes (os famosos kits sanitários), foi desviado para contas ligadas aos envolvidos nesse escândalo. A denúncia foi feita e comprovada pelo MPE, mas até hoje nenhum resultado foi apresentado à sociedade.


Segundo o MPE, um dos envolvidos na fraude, o empresário Marcelino Maia, teria sacado cerca de R$ 3 milhões de uma agência da CEF. O promotor de justiça Eloílson Landim, do Ministério Público do Ceará (MP-CE), afirmou, em junho de 2012, ter prova documental de que o empresário sacou, em maio de 2009, dois milhões e 800 mil reais em espécie, tendo saído de agências da Caixa Econômica com o dinheiro dentro de sacolas. Marcelino é acusado de envolvimento no desvio de verbas para a construção de kits sanitários no município de Ipu.


Foram registrados saques de cheques nas agências Nossa Senhora de Fátima, Benfica e Praça do Ferreira, em Fortaleza, com o envolvimento de gerentes do banco. “A Caixa foi usada como uma espécie de lavanderia para atender propósitos ilegais. Mesmo assim, diante de provas apresentadas pelo MPE e várias denúncias na imprensa, a direção do banco até hoje não foi à sociedade, ou mesmo aos seus empregados, que trabalham honestamente, prestar qualquer esclarecimento de como andam as investigações do caso”, pondera o diretor do Sindicato dos Bancários do Ceará, Marcos Saraiva.


O Sindicato exige uma apuração rigorosa e espera que a Caixa investigue os casos e aplique a devida punição aos que, comprovadamente, tenham transgredido às leis e às normas que regem a condução do patrimônio público.


Atenção aos normativos – Alguns gerentes gerais do Ceará foram recentemente afastados e estão sendo investigados por negligência do cargo e desvio de conduta na função. O Sindicato alerta que é muito comum que outros empregados acabem se envolvendo nessas irregularidades por se acharem na obrigação de obedecer à hierarquia dentro das agências. Nesse caso, o Sindicato recomenda ainda que os empregados da Caixa procurem conhecer os normativos da empresa para não incorrerem em erros ou serem levados, por desconhecimento, a ferir as normas do banco. E quando se sentirem ameaçados ou coagidos injustamente, que denunciem ao Sindicato ou à Ouvidoria da Caixa.


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“O que exigimos é a apuração dos fatos e punição dos culpados. Os casos de corrupção e sujeira têm maculado o nome da Caixa diante da população e da sociedade. Isso mancha o nome dos trabalhadores que, dignamente, constroem todos os dias o nome dessa empresa que presta serviços fundamentais para a sociedade brasileira. Da menor à maior fraude, sempre defendemos a aplicação dos normativos”
Marcos Saraiva, Secretário de Imprensa do SEEB/CE