Governo quer microcrédito no Bolsa Família

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O governo federal prepara um programa para abrir contas bancárias simplificadas e garantir acesso ao microcrédito, financiamento de baixo valor destinado à população de baixa renda, para as cerca de 11 milhões de famílias que recebem mensalmente o Bolsa Família. A divulgação oficial do programa não deve ocorrer este ano, mas a idéia é que o presidente Lula faça pessoalmente o anúncio. O governo quer transformar essa iniciativa numa nova marca do Bolsa Família.


Seria uma segunda fase do programa em que, depois de ampliar o número de beneficiados, o governo agora pudesse dizer que está viabilizando a saída dessas famílias da pobreza e reduzindo ou eliminando a dependência da ajuda oficial.


Segundo os dados oficiais, 50,2% dos que recebem do governo estão na região Nordeste. O Ministério do Desenvolvimento Social e a Caixa Econômica Federal estão trabalhando no projeto, mas não há definição sobre o valor dos empréstimos ou a inclusão de todos os beneficiários.


O governo avalia que o microcrédito só funciona acompanhado de orientações básicas de como aplicar os recursos e da gerência de pequenos negócios. Seria essencial, portanto, que o banco, no caso até a CEF, firmasse parcerias com órgãos como Sebrae (serviço de apoio à pequenas empresas). A dificuldade seria garantir a oferta da assistência a um universo grande de pessoas.


O governo não tem iniciativa de grande porte de crédito aos beneficiários do programa. Há linhas do Pronaf (Programa Nacional de Agricultura Familiar) para pequenos agricultores, e o Crediamigo, do Banco do Nordeste do Brasil (BNB).