Greve acaba nos privados. Bancos públicos seguem na luta

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Numa assembleia que reuniu cerca de 700 bancários na sede do Sindicato dos Bancários do Ceará, na noite de 8/10, os funcionários de bancos privados decidiram pela aceitação da proposta feita pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) na noite anterior, 7/10. A greve nos bancos privados durou 15 dias. Os trabalhadores de bancos públicos decidiram por rejeitar as propostas específicas e continuarem na greve.


A proposta da Fenaban apresentou um índice de reajuste de 6% (com 1,5% de ganho real) e uma PLR maior que a do ano passado. A PLR mantém a distribuição de até 15% do lucro líquido, através da regra básica nos moldes do ano passado e da mudança da parcela adicional que, ao invés de ser apurada com base na variação do crescimento do lucro, passa a ser um valor distribuído linearmente para todos os funcionários. 

    

A proposta ainda garante a ampliação da licença-maternidade para 180 dias para as funcionárias de todos os bancos e a isonomia de tratamento para casais homoafetivos, que passam a gozar dos mesmos direitos previstos na Convenção Coletiva.


O diretor do Sindicato e funcionário do Bradesco, Gabriel Motta, destacou durante a assembleia que os bancos iniciaram a campanha com o objetivo de não dar um centavo de aumento real à categoria. “A nossa resposta foi uma greve forte e coesa, unindo todos os bancários. Foi a nossa disposição de luta que conseguiu vencer os banqueiros”, afirmou.

ÍNTEGRA DA PROPOSTA DA FENABAN

REAJUSTE: 6% aplicado a todas as verbas, representando 1,5% de aumento real.

PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS (PLR)

Regra básica: 90% do salário + valor fixo de R$ 1.024, com teto de R$ 6.680; Caso o valor distribuído para os bancários fique abaixo de 5% do lucro, o banco deverá aumentar a PLR de cada bancário até completar este percentual, com limite para cada bancário de 2,2 salários ou R$ 14.696, o que for atingido primeiro; O total pago por cada banco poderá atingir até 13% do lucro líquido; Os valores recebidos na regra Básica poderão ser compensados dos programas próprios de remuneração de cada banco.

PARCELA ADICIONAL: 2% do lucro líquido distribuído linearmente para todos os trabalhadores até o limite de R$ 2.100; Os valores não poderão ser compensados dos programas próprios de remuneração.

ANTECIPAÇÃO DA PLR: Regra básica – 54% do salário + R$ 614, com teto individual de R$ 4.008,00 e limite de 13% do lucro líquido do banco no primeiro semestre; Parcela Adicional – 2% do lucro líquido do primeiro semestre dividido linearmente para todos os funcionários, com limite de R$ 1.050,00.

PISOS: SALÁRIO DE INGRESSO

Portaria: R$ 683,38 – Escriturário: R$ 980,08

Caixa: R$ 980,08 + R$ 289,93 (gratificação de caixa) = R$ 1.270,01

SALÁRIOS APÓS 90 DIAS

Portaria: R$ 748,59 – Escriturário: R$ 1.074,46

Caixa: R$ 1.501,49 (já incluída gratificação)

OUTRAS VERBAS

ATS: R$ 16,59; Gratificação Compensador de Cheques: R$ 94,47; Auxílio refeição: R$ 16,88; Auxílio cesta-alimentação: R$ 289,31; 13ª cesta-alimentação: R$ 289,31; Auxílio-Creche/Babá: R$ 207,95; Auxílio funeral: R$ 557,78; Ajuda deslocamento noturno: R$ 58,22; Indenização por Morte ou incapacidade Decorrente de Assalto: R$ 83.175,62; Requalificação profissional: R$ 831,28.

OUTROS PONTOS

Ampliação da Licença Maternidade para 180 dias; Isonomia de tratamento para homoafetivos – as regras previstas na Convenção Coletiva para os cônjuges dos bancários serão garantidas para os parceiros de bancários e bancárias com relação homoafetiva. A comprovação da condição de parceiro(a) se dará com base nas mesmas exigências estabelecidas pela Previdência Social.

DIAS PARADOS – Serão compensados até o dia 15 de dezembro de 2009 e não poderão ser descontados, a exemplo da Convenção Coletiva de 2008.