Greve arranca reajuste de 8% e novas conquistas sociais e econômicas

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Reunidos em assembleia na sexta-feira, 11/10, os bancários dos bancos privados aprovaram, por unanimidade, a proposta apresentada pela Fenaban e o fim do movimento grevista, seguindo orientação do Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf/CUT.


Na segunda-feira, 14/10, as agências do Itaú, Bradesco, Santander, HSBC e dos demais bancos privados voltaram a funcionar normalmente. A proposta dos bancos, acatada pela categoria no 23º dia de greve, oferece reajuste salarial de 8% (aumento real de 1,82%).


“Temos de valorizar essa nossa conquista porque estamos tirando leite de pedra. Temos de sair com a cabeça erguida. Quero parabenizar de coração a todos os companheiros que se envolveram, direta ou indiretamente, para que a gente conseguisse firmar essa proposta em mesa. A luta do Sindicato não para por aqui. Nós temos uma luta incessante pela manutenção do nível de emprego dos companheiros. A nossa luta é uma defesa intransigente dos direitos dos trabalhadores”, afirmou o diretor do Sindicato, Ribamar Pacheco.


“A proposta mantém a lógica do ganho real, da valorização do piso e melhora a nossa PLR. Agora, nós precisamos mais do que nunca, mais do que aumento real, de melhores condições de trabalho, acabar com o assédio moral e com o adoecimento por doenças ocupacionais”, disse Gabriel Motta, também diretor do Sindicato.


Veja abaixo a íntegra da  última proposta apresentada pelos bancos depois de 16 horas de negociações:



PROPOSTA DA FENABAN


• Reajuste: 8,0% (1,82% de aumento real).

  Pisos: Reajuste de 8,5% (ganho real de 2,29%).

  Piso de portaria após 90 dias: R$ 1.148,97.

  Piso de escriturário após 90 dias: R$ 1.648,12.

   Piso de caixa após 90 dias: R$ 2.229,05

  (que inclui R$ 394,42 de gratificação de caixa e R$ 186,51 de outras verbas de caixa).


PLR regra básica: 90% do salário mais valor fixo de R$ 1.694,00 (reajuste de 10%), limitado a R$ 9.087,49. Se o total apurado ficar abaixo de 5% do lucro líquido, será utilizado multiplicador até atingir esse percentual ou 2,2 salários (o que ocorrer primeiro), limitado a R$ 19.825,86.


PLR parcela adicional: aumento de 2% para 2,2% do lucro líquido distribuídos linearmente, limitado a R$ 3.388,00 (10% de reajuste).


• Antecipação da PLR até 10 dias após assinatura da Convenção Coletiva: na regra básica, 54% do salário mais fixo de R$ 1.016,40, limitado a R$ 5.452,49. Da parcela adicional, 2,2% do lucro do primeiro semestre, limitado a R$ 1.694,00. O pagamento do restante será feito até 3 de março de 2014.


• Auxílio-refeição: de R$ 21,46 para R$ 23,18 por dia.


• Cesta-alimentação: de R$ 367,92 para R$ 397,36.


• 13ª cesta-alimentação: de R$ 367,92 para R$ 397,36.


• Auxílio-creche/babá: de R$ 306,21 para R$ 330,71 (para filhos até 71 meses). E de R$ 261,95 para R$ 282,91(para filhos até 83 meses).


• Requalificação profissional: de R$ 1.047,11 para R$ 1.130,88.


• Adiantamento emergencial: Não devolução do adiantamento emergencial de salário para os afastados que recebem alta do INSS e são considerados inaptos pelo médico do trabalho em caso de recurso administrativo não aceito pelo INSS.


• Gestores ficam proibidos de enviar torpedos aos celulares particulares dos bancários cobrando cumprimento de resultados.


Abono-assiduidade (novidade): 1 dia de folga remunerada por ano.


Vale-cultura (novidade): R$ 50,00 mensais para quem ganha até 5 salários mínimos, conforme Lei 12.761/2012.


Prevenção de conflitos no ambiente de trabalho: Redução do prazo de 60 para 45 dias para resposta dos bancos às denúncias encaminhadas pelos sindicatos, além de reunião específica com a Fenaban para discutir aprimoramento do programa.


Adoecimento de bancários: Constituição de grupo de trabalho, com nível político e técnico, para analisar as causas dos afastamentos.


COMPROMISSOS


• Inovações tecnológicas: Realização, em data a ser definida, de um Seminário sobre Tendências da Tecnologia no Cenário Bancário Mundial.


• Prevenção de conflitos no ambiente de trabalho: Reunião específica para discutir aprimoramento do processo.


• Discutir um novo modelo de PLR antes da campanha nacional de 2014.


DIAS PARADOS


Diante da dura resistência do Comando, os bancos recuaram da proposição inicial de compensar todos os dias de greve em 180 dias. Evoluíram para a proposta do ano passado, de compensação de duas horas diárias até o dia 15 de dezembro. Finalmente aceitaram compensar no máximo uma hora extraordinária, de segunda a sexta-feira, até 15 de dezembro.