Cerca de 700 funcionários do Bradesco paralisaram em 1986 suas atividades no Centro da cidade, em decorrência de uma greve de 24h nas três principais agências da instituição: Centro, na Major Facundo com Senador Alencar; Iracema, Senador Pompeu e a da Floriano Peixoto.
A paralisação foi uma iniciativa do Sindicato dos Bancários do Ceará, com total apoio dos bancários, durante a campanha salarial daquele ano. Ainda em 1986, os bancários iriam aderir a uma greve de cunho nacional.
Os bancários reivindicavam reajuste salarial de 26,5% para compensar as perdas decorrentes dos pacotes econômicos, mais a inflação acumulada de março a agosto/86; aumento real de 10% a título de produtividade; reajuste automático dos salários de todos os bancários sempre que a inflação atingir 5%; reposição de 100% das perdas salariais; além de pleito relativo à estabilidade no emprego para todos os bancários, garantida pela Convenção Coletiva de Trabalho.
A paralisação de 24 horas das agências do Bradesco foi uma importante vitória do Sindicato dos Bancários. Para evitar represálias, pois até a Polícia foi chamada, o Sindicato organizou um sistema de rodízio dos bancários, para que nenhum piquete fosse formado por funcionários daquela agência. O Sindicato organizou ainda um forró na frente das agências – o Forró dos 100%. A categoria reivindicou naquele ano 100% de reposição salarial, mas devido aos duros anos que a economia brasileira enfrentava, só conseguiram o que garantia a lei salarial.