Cerca de cinco mil bancários do Ceará aderiram à greve no primeiro dia de paralisação. A adesão foi expressiva nos bancos públicos e privados, na Capital e no Interior. Isto significa mais de 70% dos bancários parados no Estado na quinta-feira. Na assembleia da noite do dia 24/9, os bancários cearenses deliberaram por manter a rejeição da proposta da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) e por manter a greve por tempo indeterminado. Na assembleia foi aprovada Moção de Repúdio contra a direção da Caixa Econômica Federal.
A proposição da Moção de Repúdio foi feita pelo diretor do SEEB/CE, Marcos Saraiva, “pela forma truculenta com que a Caixa tratou o movimento grevista na quinta-feira, em Fortaleza, inclusive, querendo desmoralizar os grevistas com repressão”, disse. Presente à assembleia da quinta-feira, o deputado estadual Nelson Martins (PT/CE) e o presidente da CUT/CE, Jerônimo do Nascimento, ambos solidários ao movimento dos bancários.
Nos bancos públicos, a paralisação cresceu ao longo do primeiro dia de paralisação, com adesão expressiva no Banco do Brasil, com 94,37% dos funcionários parados. Das 187 agências do BB existentes no Ceará, 166 fizeram greve.
No Banco do Nordeste do Brasil, segundo avaliação do diretor do Sindicato, Tomaz de Aquino, a avaliação final foi positiva, pois das 26 agências do BNB no Ceará, 9 fecharam no primeiro dia de greve. Os piquetes foram reforçados no Passaré. “Historicamente, no BNB, a adesão tem sido participativa. Devemos ter em mente que a luta não pode ser feita à espera da conquista dos outros bancários. Não podemos ficar acomodados. Vamos à luta!, afirmou Tomaz.
Em Fortaleza, a adesão dos bancários de bancos privados mostrou a dificuldade que é a adesão ao movimento paredista, pela coação do patronato, pressão dos gestores e assédio moral. O diagnóstico do dia, porém, foi positivo, pois 39 agências de bancos privados pararam no primeiro dia de greve. A maior resistência do movimento grevista foi dos bancários do Bradesco, que mesmo com interdito proibitório, mantiveram a greve até o final do expediente, driblando os oficiais de justiça.