Greve histórica de 30 de outubro de 1985

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A paralisação inaugurou o movimento organizado dos bancários da Caixa e conquistou a jornada de trabalho de 6h diárias e o direito à sindicalização. O aniversário de 25 anos da greve histórica de 30 de outubro de 1985 na Caixa Econômica Federal foi comemorado no sábado, dia 30 de outubro, coincidindo com a véspera do segundo turno das eleições 2010 para a Presidência da República, que consagrou a vitória da primeira presidenta do Brasil, Dilma Rousseff.


Na Caixa, a paralisação de 30 de outubro de 1985 teve o mérito de inaugurar a tradição dos trabalhadores da empresa em deflagrar movimentos nacionais fortes, amplos e unificados. Nessa data, não só ocorreu uma histórica greve, que paralisou praticamente 100% das agências e unidades da empresa em todo o país, mas também a inauguração, em termos definitivos, daquilo que passou a ser conhecido como o movimento organizado dos trabalhadores da Caixa.


É dessa época, inclusive, conquistas como a jornada de trabalho de seis horas e a condição de trabalhador bancário, com direito à sindicalização. Sem dúvida, a greve de 30 de outubro de 1985 é um marco no calendário de luta dos empregados da Caixa. Antes de sua deflagração, por exemplo, os trabalhadores da empresa eram conhecidos como “economiários”, não seguiam a jornada de trabalho estabelecida para o restante da categoria bancária e tampouco podiam estar vinculados a sindicatos.


Isso passou a mudar depois de outubro de 1985, quando houve a aprovação pelo Congresso Nacional do projeto de lei 4.111-4 do então deputado Léo Simões, que estabelecia a jornada de seis horas diárias para os empregados da Caixa.


A lei foi sancionada pelo então presidente José Sarney, em 17 de dezembro daquele ano. No dia seguinte à sanção presidencial, o “Diário Oficial da União” trazia ainda a garantia do direito à sindicalização a todos os empregados da Caixa, viabilizada com a alteração do parágrafo único do artigo 556 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).