Greve nos privados foi a maior dos últimos anos

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A greve dos bancários durante a Campanha Nacional 2008, que somou 15 dias nos bancos privados, fica registrada na história como uma das maiores mobilizações dos funcionários das instituições particulares. A motivação desses trabalhadores, que sempre sofrem pressão para não aderir ao movimento, pode ser explicada pelo atual contexto.


Assédio moral, cobrança excessiva por metas, falta de condições de trabalho são alguns dos aspectos apontados para esses bancários irem à luta.


Em 1991, a mobilização dos bancários dos bancos privados também teve uma forte adesão e entrou para história da categoria. Na ocasião, a luta rendeu a conquista do auxílio-refeição. Em 2008, os funcionários do Unibanco, Santander, Real, Bradesco e HSBC demonstram sua insatisfação participando da greve. A mudança de atitude é uma resposta aos banqueiros que não tratam os funcionários com respeito.


O que chama atenção na atitude desses bancários é que a adesão foi espontânea mesmo com a pressão do banco continuando forte. Esses trabalhadores mostraram sua dignidade. “Essa foi uma das greves mais fortes e organizadas nos últimos anos”, disse o diretor do Sindicato dos Bancários do Ceará e funcionário do Real, Clécio Morse. A adesão foi marcante de funcionários do Unibanco, Santander, Bradesco, Itaú, Real e HSBC. Os trabalhadores deram uma prova de que não aceitam mais o assédio moral ou qualquer proposta rebaixada e por isso foram à luta.