Ontem, 1º/10, a manifestação do Sindicato dos Bancários se extendeu para além da Capital. Em Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza, dirigentes da entidade fecharam sete agências bancárias na área próxima à Ceasa (Central de Abastecimento do Ceará), incentivando bancários a aderirem ao movimento e clientes a apoiarem a greve. Como de praxe, não faltou bom humor no ato organizado pelo SEEB/CE, com a contribuição essencial da dupla de emboladores Marreco e Jotinha e dos humoristas Coloral e Neorlândio, que atraíram a atenção do público.
Desde às 8h, os diretores do Sindicato começaram as negociações com os gerentes da unidades para que todas fossem devidamente fechadas. De acordo o diretor Erotildes Teixeira, o processo foi tranqüilo: “os funcionários que já haviam batido ponto continuaram trabalhando, mas os outros pararam totalmente. Além disso, o atendimento foi interrompido”, declarou.
No total, sete agências tiveram suas portas fechadas, dentre elas o Bradesco, Unibanco, Real, Banco do Brasil (que já havia aderido ao movimento anteriormente) e HSBC, permanecendo somente com o autoatendimento. Na unidade do Banco do Nordeste, a pedido do gerente, continuou o atendimento aos aposentados e aos clientes do Crediamigo, programa de financiamento do banco para os pequenos empreendedores. “Mas amanhã (hoje) esse BNB vai parar por completo”, garantiu o diretor Telmo Nunes. Já no Itaú, a paralisação foi total, sem acesso nem aos caixas eletrônicos.
Em frente às agências, diretores fizeram declarações contundentes, denunciando a intransigência dos banqueiros com os bancários e com a população. “Desde agosto entregamos nossa pauta de reivindicações para os banqueiros, mas ninguém a contemplou. Por isso, estamos aqui e permaneceremos vindo se não formos atendidos. A cada dia o nosso movimento se fortalece mais”, afirmou o diretor Mateus Neto.
Para o diretor e funcionário do HSBC, Humberto Simão, esse foi um dia fundamental para a consolidação da mobilização da categoria no Estado, principalmente porque contou com a participação dos trabalhadores de Maracanaú. Segundo ele, com o fechamento da agência daquele município, todas as unidades do HSBC no Ceará estão paradas. “Nós reivindicamos, dentre várias outras coisas, a contratação de mais funcionários e o fim dos descontos da PLR em função dos programas próprios de remuneração, mais especificamente o PPR e PSV”, destacou.