No palco, os rapers Jean e Caio, do grupo Farol Rap, deram seu grito: “Discriminação é constante na favela / Se eu vou à procura de um emprego / Sou descartado assim que vêem meu endereço”. Na quadra, catadores de material reciclável clamavam por direitos profissionais; mulheres negras faziam o questionamento: “de onde vem o seu racismo?”. Juntos em um grito só, pela igualdade de todas as crenças, raças, sexualidades.
Raimundo Nonato (o João) milita no Movimento dos Atingidos por Barragens. Segundo o militante, só pelo Castanhão (no Vale do Jaguaribe), foram 4 mil famílias atingidas.
Uma das maiores lutas do Movimento dos Conselhos Populares (MCP) de Fortaleza, atualmente, é por políticas públicas municipais. Segundo o universitário Marcos Bentes, que participa do MCP, o grupo critica a democracia representativa e reivindica por frentes de serviço.
O primeiro Grito foi organizado em 1995 pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). De inciativa da igreja católica, o evento reúne, atualmente, vários movimentos sociais que possuem suas lutas próprias.
As faixas denunciavam, só em Fortaleza, 174.506 desempregados, 800.000 pessoas morando em 600 favelas e 1.236 denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes entre 2003 e 2006.