HSBC nega demissões em massa e fechamento de agências no Brasil

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Em negociação ocorrida dia19/12 com a Contraf-CUT, federações e sindicatos, em Curitiba, o HSBC anunciou que as medidas de ajustes em andamento não acarretarão nenhum processo de demissões em massa, nem o fechamento de agências. Houve também debates sobre o acordo aditivo à convenção coletiva dos bancários e a PPR 2014.


“Apesar do anúncio do banco inglês, todos os sindicatos devem ficar alertas no mês de janeiro”, salienta Miguel Pereira, secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT. Ele orienta também os funcionários do HSBC “para que ninguém se afaste por motivo algum dos normativos da empresa, pois questões singelas estão sendo alegadas pelo banco para demissão por justa causa”.


Reestruturação – A reunião teve início com o questionamento dos dirigentes sindicais sobre qual é o projeto para a área de atendimento da rede de agências, diante de uma série de mudanças em curso no banco. Os representantes dos bancários temem uma reestruturação drástica na forma de atuação do banco no curto prazo, em razão de uma série de medidas já em curso, como a abertura de agências de negócios, a centralização das carteiras PJ em plataformas retirando-as das agências, o fechamento de agências e o aumento das demissões. Além da situação critica da falta de funcionários em toda rede de atendimento.


Diante da cobrança dos dirigentes sindicais sobre o recente aumento das demissões, o banco alegou que as mesmas ficaram represadas no período da Campanha Nacional 2013 e que estão na mesma marca dos demais anos. O banco revelou que pretende fazer contratações no próximo período, projetando cerca de 80 admissões e alguns temporários para atender as demandas do tempo de férias em algumas regiões do País.


Mesmo com esses esclarecimentos, os dirigentes sindicais fizeram questão de registrar a dramática situação vivenciada pelos funcionários, diante da enorme falta de pessoal, do aumento dos afastamentos e do alto nível de adoecimentos.


PPR 2014 – “Apesar do princípio positivo da venda responsável de produtos e da relação ética com os clientes, restaram dúvidas e problemas sobre o PPR 2014, como por exemplo não ter recursos “carimbados’para o programa e a indefinição quanto receberá cada funcionário que atingir suas metas das áreas de vendas, de cobrança e de empresas. Cerca de 6 mil funcionários poderão se sentir desmotivados”, aponta Miguel.


O representante da área de remuneração do banco confirmou a dificuldade de definir o valor final que caberá a cada um que cumprir as suas metas, que passarão a ser exigidas por família de produtos e não mais pela cobrança de venda de um único produto ou campanha como ocorre hoje, por causa do componente discricionário da avaliação comportamental no cumprimento da meta.


Acordo aditivo – Quanto ao encaminhamento do acordo aditivo com a inclusão dos direitos conquistados dos funcionários do HSBC via negociação coletiva, o banco informou que ele se encontra em análise no Departamento Jurídico. Isso porque a Contraf-CUT, após debate na Comissão de Organização dos Empregados (COE) do HSBC, enviou alguns itens que precisam ser incluídos, como o plano de previdência complementar, uso da treinet somente dentro da jornada de trabalho para os cursos de qualificação e a criação da Comissão Paritária de Saúde, que já houve a aceitação, mas ainda não foi implantada.


Cobrados pela renovação do acordo coletivo do ponto eletrônico, os dirigentes sindicais disseram estar aguardando o desfecho das negociações do acordo aditivo para ser dado o encaminhamento conjunto para as assembleias dos sindicatos acerca dos dois pontos. O banco ficou de enviar uma resposta em breve.


A Contraf-CUT realizará em março de 2014 um seminário para discutir as perspectivas futuras do HSBC no Brasil.