Importante o diagnóstico precoce

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No último dia 20/10, foi celebrado o “Dia Mundial da Osteoporose”. A doença atinge principalmente mulheres na pós-menopausa. Pesquisas recentes apontam que o envelhecimento da população impactará negativamente na saúde no País: idosos terão mais problemas nos ossos e articulações e doenças como a osteoporose serão ainda mais comuns. Uma pesquisa do Projeto EDUCOST (Educação Continuada em Doenças Osteometabólicas e Osteoarticulares), conduzido pela UNICAMP junto ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou que a expectativa de vida da população no Brasil subiu para quase 73 anos em 2007, aumentando consideravelmente o número de idosos no País.


“Os problemas crônicos relacionados à coluna vertebral e às articulações são os tipos de doenças mais comuns entre a população mais velha e, por conta disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que esta é a década a ser dedicada aos cuidados com os ossos e articulações”, diz o médico Wiliam H. Chahade, monitor científico da OMS para a América do Sul da Década do Osso e da Articulação (2000-2010).


O Brasil já conta com 20 milhões de idosos, dos quais aproximadamente quase 30% são possivelmente vítimas da osteoporose. “A doença se caracteriza pela redução da quantidade e da qualidade da massa óssea, o que leva a um aumento no risco de fraturas. As principais ocorrem na coluna, no quadril e nos pulsos, e podem levar a complicações, como dores crônicas, dificuldade para locomoção e, conseqüentemente, deterioração da qualidade de vida do paciente. Eventualmente podem também conduzir a complicações até mortais”, explica o Presidente da Sociedade Brasileira de Osteoporose e professor da UNICAMP médico João Francisco Marques Neto.


Além da idade avançada, outros fatores podem desencadear a osteoporose. Alguns exemplos são baixo peso, raça branca, histórico de doença na família, deficiência hormonal, uso de medicações como corticóides. Um estilo de vida pouco saudável, caracterizado pelo consumo de fumo, ingestão regular de bebidas alcoólicas, falta de atividade física e dieta pobre em cálcio, bastante comum entre os brasileiros, também contribuem para o maior risco. De acordo com a pesquisa Brazos, realizada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em parceria com a Faculdade de Saúde Pública da USP, o consumo diário de cálcio no País é três vezes menor do que o recomendado internacionalmente. A mesma pesquisa também apontou que os brasileiros sabem pouco sobre a doença.


A ausência de sintomas é característica comum da osteoporose, que geralmente não é percebida até que ocorra a primeira fratura. O diagnóstico é feito por meio da densitometria óssea, um exame simples e indolor que funciona como uma “radiografia” do corpo. Com ele, é possível identificar a quantidade de mineral presente nos ossos e dar o direcionamento adequado ao tratamento, caso necessário. “As mulheres são as principais vítimas e aquelas com fatores de risco para a osteoporose devem realizar o exame preventivamente, assim que entrarem na menopausa, período em que a perda de massa óssea é maior”, afirma o médico Marcelo Pinheiro.


Para aqueles que já sabem de sua condição como portadores do problema, é importante a prática regular de atividades físicas, ter uma alimentação rica em cálcio, além da exposição adequada ao sol para estimular a formação ou síntese de vitamina D. Na terapia à base de remédios, os comprimidos que eram tomados diariamente, hoje já podem ser tomados apenas uma vez ao mês. Com os cuidados necessários é possível levar uma vida normal, sem limitações e com qualidade de vida na melhor idade.