Índice de acordos com aumento real no 1º semestre segue alto

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A porcentagem de negociações que renderam reajustes salariais acima da inflação oficial (INPC) foi de 78% nos primeiros cinco meses de 2009, de acordo com dados divulgados na sexta-feira, dia 26/6, pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O índice é levemente maior que o registrado no mesmo período do ano passado: 77%. Já o índice dos contratos assinados apenas com a reposição da inflação chegou a 96%, contra 89% de 2008.


No setor de serviços, onde se enquadram os bancos, as categorias que conseguiram aumento real nos primeiros cinco meses do ano passaram de 71% para 78%. Os reajustes iguais à inflação aumentaram de 14% para 18%, e apenas 4% tiveram perdas salariais. A data-base dos bancários é 1º de setembro e nos últimos cinco anos a categoria conquistou aumento real.

Entre outros setores, a indústria apresentou 83%, ante os 86% do ano passado, dos reajustes acima da inflação, 11% igual ao INPC contra os 8% do ano passado. Os reajustes que só recompuseram as perdas da inflação no setor subiram de 28% para 58%.


Segundo o coordenador de Relações Sindicais do Dieese, José Silvestre, a inflação mais baixa ajuda a obter os reajustes mesmo que eles sejam mais baixos do que seriam com a inflação mais alta. “O resultado das negociações está influenciado pela inflação e não pela crise econômica global, já que os ajustes nesse sentido se deram muito mais via emprego de que pelo salário. Muitas empresas demitiram antecipadamente em função da crise e quem permaneceu empregado teve o reajuste igual ou superior à inflação”, disse.


A expectativa, de acordo com Silvestre, são as negociações que ainda devem ocorrer no primeiro semestre e que, no segundo, elas sejam melhores, porque há sinais de que o pior momento da crise já tenha passado. “Já há expectativa de que o Produto Interno Bruto (PIB) do País cresça mesmo que não o suficiente para anular o que foi negativo no primeiro semestre. E há também expectativa de que a economia volte a crescer em 2010”.